“Sou feito da inteira evolução da Terra; sou um microcosmo do macrocosmo. Nada há no universo que não esteja em mim. O inteiro universo está encapsulado em mim, como uma árvore numa semente. Nada há ali fora no universo que não esteja aqui, em mim. Terra, ar, fogo, água, tempo, espaço, luz, história, evolução e consciência – tudo está em mim. No primeiro instante do Big Bang eu estava lá, por isso trago em mim a inteira evolução da Terra. Também trago em mim os biliões de anos de evolução por vir. Sou o passado e o futuro. A nossa identidade não pode ser definida tão estreitamente como ao afirmar que sou inglês, indiano, cristão, muçulmano, hindu, budista, médico ou advogado. Estas identidades rajásicas são secundárias, de conveniência. A nossa identidade verdadeira ou sáttvica é cósmica, universal. Quando me torno consciente desta identidade primordial, sáttvica, posso ver então o meu verdadeiro lugar no universo e cada uma das minhas acções torna-se uma acção sáttvica, uma acção espiritual”

- Satish Kumar, Spiritual Compass, The Three Qualities of Life, Foxhole, Green Books, 2007, p.77.

“Um ser humano é parte do todo por nós chamado “universo”, uma parte limitada no tempo e no espaço. Nós experimentamo-nos, aos nossos pensamentos e sentimentos, como algo separado do resto – uma espécie de ilusão de óptica da nossa consciência. Esta ilusão é uma espécie de prisão para nós, restringindo-nos aos nossos desejos pessoais e ao afecto por algumas pessoas que nos são mais próximas. A nossa tarefa deve ser a de nos libertarmos desta prisão ampliando o nosso círculo de compreensão e de compaixão de modo a que abranja todas as criaturas vivas e o todo da Natureza na sua beleza”

- Einstein

“Na verdade, não estou seguro de que existo. Sou todos os escritores que li, todas as pessoas que encontrei, todas as mulheres que amei, todas as cidades que visitei”

- Jorge Luis Borges

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Mensagem de Passagem de Ano do Círculo do Entre-Ser


Querid@s Amig@s,

Neste final de ano solar, que é sempre um período de transformação, o Círculo do Entre-Ser quer agradecer a todos os que nos têm acompanhado, apoiado e participado nas nossas actividades, e desejar a todos que o ano de 2017 vos traga tudo aquilo a que de melhor aspiram no mais íntimo dos vossos corações.

Confrontados com todos os sofrimentos e perturbações a que todos os seres, humanos e não-humanos, bem como o equilíbrio da própria Terra, estão cada vez mais expostos neste período crítico da civilização, as nossas aspirações são de que todos possamos contribuir e empenhar-nos cada vez mais no florescimento de uma cultura da interdependência e do despertar amoroso da consciência a nível global. Esta cultura tem de partir, primeiro que tudo, de uma profunda transformação da nossa mente e da sua percepção do mundo, para a partir daí irradiar em todas as esferas da nossa vida e actividades. Há que, como diz o nosso inspirador Thich Nhat Hanh, "ter tempo para contemplar profundamente a fim de reconhecer que a vida é una, que nós estamos na outra pessoa, que nós somos tudo, que tudo está interligado".

Para nos ajudar nesta transformação, somos todos herdeiros de um vasto e precioso património, o de todos os sábios e de todas as tradições sábias da humanidade, que nos têm transmitido tudo o que necessitamos, de acordo com as nossas condições psicológicas e histórico-culturais, para despertarmos da ilusão da separação e do egocentrismo e vivermos vidas plenas em comunhão e serviço do bem de todos os seres. Possamos nós honrar este património, continuando-o e enriquecendo-o com a nossa prática sincera, vendo e amando todo o cosmos e todos os seres em cada ser e fenómeno. Só assim nos libertaremos a nós e ao mundo, a nós-mundo, da ignorância, do ódio e da avidez e seremos a paz, sabedoria e amor-compaixão a que aspiramos.

Para aqueles de entre nós que seguem a via do Buda, recordemos que as Três Jóias - Buda, Dharma e Sangha - não são exteriores nem circunscritas ao budismo, tendo antes a natureza universal das qualidades fundamentais latentes em todos os seres: liberdade, sabedoria e amor-compaixão. Por isso só elas, e não o poder, a fama, a riqueza, o prazer fugaz ou qualquer outra experiência efémera, podem ser para nós e para o mundo um refúgio fiável e seguro. Que elas brilhem na nossa vida e que as possamos reconhecer em todas as coisas!

Um Entre-Abraço fraterno a tod@s

Círculo do Entre-Ser

"Nas escrituras budistas é dito que existem quatro comunidades: os monges, as monjas, os leigos e as leigas. Mas eu também incluo elementos que não são humanos na Sangha. As árvores, água, ar, pássaros e assim por diante, podem também ser membros da nossa Sangha. Uma linda trilha também pode ser parte de nossa Sangha. Uma boa almofada também. (...) É dito no Sutra da Terra Pura que, se estivermos atentos, quando o vento soprar nas árvores, escutaremos o ensinamento dos Quatro Estabelecimentos da Atenção Plena, o Caminho Óctuplo e assim por diante. O cosmos inteiro está pregando e praticando o Buddhadharma. Se estivermos atentos, entraremos em contacto com essa Sangha”

~ Thich Nhat Hanh, Friends On The Path: Living Spiritual Communities.

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

O Livro dos livros

Há um grande livro, o Livro dos livros, intraduzível em qualquer língua: o que está e não está escrito no espaço vazio entre as linhas de todos os livros da humanidade. Ninguém sabe ler até que o leia e, quando o souber ler, verá que todos os livros dizem precisamente o mesmo e que só isso verdadeiramente importa. O quê? O mesmo que há entre os corpos e as coisas, entre as palavras e entre os pensamentos. Isto que não existe e sem o qual nada existiria. Nada dele fala e tudo o diz. Tudo nele se passa. Julgas saber o que é? Estás a passar ao lado. Não compreendes o que é? Estás a experimentá-lo.

sábado, 24 de dezembro de 2016

Natal


Natal

Nossa coluna vertebral é o tronco da mais bela árvore de Natal
que desde sempre liga Céu e Terra
Este corpo é a verdadeira Árvore da Vida
onde flui o imaculado Sopro que a tudo anima
Nossos olhos, ouvidos, nariz, boca e pele
são os mais preciosos ornamentos
a consciência que neles habita a mais pura Luz
A gruta do nosso Coração é o imo da Terra
o verdadeiro Presépio
onde a cada instante nasce o Menino
Ajoelhados à sua volta sejamos seu pai e mãe, burro e vaca, pastores, reis e anjos
Adoremo-lo no Templo que somos
pois somos nós, livres do eu, que nele Aqui-Agora em esplendor e maravilha nascemos
e esta Presença é o Presente dos presentes
que graciosamente em tudo esplende e em tudo se nos oferece
Eterna Consoada de todos os seres e coisas
Glória onde cessam pensamentos e palavras
Natal!

24.12.2016

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Se achamos que amamos...

Se achamos que amamos Deus, olhemos para o modo como tratamos os outros: esse é o modo como tratamos Deus. Se achamos que amamos o Buda, olhemos para o modo como tratamos os outros: esse é o modo como tratamos o Buda. Se achamos que amamos a Natureza, olhemos para o modo como tratamos os outros: esse é o modo como tratamos a Natureza. Se achamos que amamos a Vida, olhemos para o modo como tratamos os outros: esse é o modo como tratamos a Vida. Se achamos que nos amamos a nós, olhemos para o modo como tratamos os outros: esse é o modo como nos tratamos a nós. Toda a indiferença, orgulho, desprezo, ciúme, avidez, ódio, ressentimento e egocentrismo com que tratamos os outros, todos os outros, todos os seres vivos, incluindo a Terra, é a indiferença, orgulho, desprezo, ciúme, avidez, ódio, ressentimento e egocentrismo com que tratamos Deus, o Buda, a Natureza, a Vida ou a nós.

(inspirado na leitura de Franz Jalics, “Contemplative Retreat”)

Olha para o céu, esquece quem olha e vê que sempre foste azul, vasto e luminoso.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Seremos Sol e é Agora


Longa vida tenhas, ó sol, que hoje aparentas morrer e renascer!

Alumias o mundo, dás vida e aqueces-nos o corpo, mas em nós fulgura a consciência que te ilumina.

Em nós fulguras, ó Sol dos sóis, sem equinócio nem solstício, que esplendes no rosto de tudo. Que as nossas mortes-vidas sejam as contas do rosário da tua recordação, nunca do teu esquecimento! Até que os raios das existências se reconheçam de vez no teu Coração e tudo se revele a dança das tuas metamorfoses, a festa dos teus avatares, o fim da saudade e o início do que não se sabe.

Um dia ver-nos-emos esta Luz que invade os céus. Será um dia de comoção, espanto e maravilha. Será o Dia. E só pode ser Agora.

~ 21.12.2017, Solstício de Inverno

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Uma Festa


Uma festa elegante ao fim do dia num terraço de Lisboa sobre o rio. Serviram uma bebida e uns aperitivos. E depois algo mais forte. O conhecimento de que somos uma consciência que, ao aprofundar a mínima percepção, pode chegar a tudo. Instaurou-se um silêncio estranho. O silêncio estranho de quem começa a ver e a sentir. A experimentar o que é realmente estar vivo.

Uns sentiram que nas suas veias corria o sangue das crianças de Aleppo e ele borbotou-lhes dos olhos em lágrimas, tingindo de rubro os guardanapos dos acepipes. Outros viram-se cheios de escamas e barbatanas, penas e pêlos, a nadar e a correr livres e ao mesmo tempo a ser capturados, dilacerados e cozinhados para acabarem devorados por si mesmos nos rissóis e croquetes que haviam acabado de ingerir. Foi-lhes revelado o gosto da própria carne, delicioso e horrível. Uns sentiram as carteiras em convulsões nos bolsos. Puxaram delas e cada nota e cartão de crédito imediatamente lhes incendiou as mãos com toda a ganância, corrupção, violência e roubo do mundo. Correram em todas as direcções como loucos, a urrar de dor, com os euros e os cartões tanto mais colados às mãos a arder quanto mais os tentavam deitar fora. Outros viram que não tinham pele e que desde sempre eram tudo, o céu, a terra, as vidas e as estrelas. Tiveram vergonha de até esse momento terem achado que amavam. Houve quem se sentisse a nascer em todos os partos e a morrer em todas as agonias. Houve quem visse por todo o lado que não havia lado algum. E até houve quem...

Não se sabe até hoje o paradeiro de muitos dos convivas. Uns desapareceram para sempre naquele mesmo instante. Outros morreram de causa desconhecida. Outros esqueceram o nome, a idade ou a língua. Uns ficaram para ali a chorar e a rir convulsivamente. Outros ficaram mudos de espanto para sempre. Alguns saíram a correr a beijar e abraçar todas as pessoas e coisas e outros a pedir perdão a tudo e todos. Vários regressaram serenamente a casa como se nada houvesse acontecido. Os que foram mais fundo. São os mais perigosos. Jamais alguém saberá quem são, de onde vêm e para onde vão.

É desta festa que nos conhecemos, leitor?

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

4ª feira, dia 14, no Sociedade Civil, 15:30, a visão budista do Natal

Para quem possa estar interessado, informo que estarei na 4ª feira, dia 14, no programa Sociedade Civil, na RTP 2, a partir das 15:30, a falar da visão budista do Natal.

Realização


O Real está sempre e totalmente presente. Nós é que dele estamos distraídos e ausentes. Reduzir a distância até a suprimir chama-se Realização.

Aspiramos à realização pessoal, familiar, profissional, social, intelectual, espiritual, afectiva ou sexual... Daí vem toda a insatisfação e frustração. Porque Realização só há uma. No Real.

É tão simples que se torna o mais difícil quando nos habituamos a ser complicados. Basta nada fazer a não ser sentir o que está a acontecer aqui-agora. Sem o filtro dos pensamentos.

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Viver no Fulgor ou na sombra de si mesmo?

Consideramos acontecimentos importantes e especiais o início de um relacionamento, a conclusão de um curso, o nascimento de um filho, o obtermos um emprego ou uma promoção, o comprarmos um carro ou uma casa, uma festa com os amigos, uma viagem ou a morte de alguém próximo. E consideramo-los tão importantes e especiais que vivemos em função deles e desprezamos ou aborrecemo-nos com o que (não) acontece entre esses acontecimentos que julgamos fundamentais. Mas que têm eles de mais importante ou especial do que estarmos aqui e agora a respirar, a olhar para o céu ou para o que estiver à nossa frente, a apanhar sol ou chuva, a passar a mão nas teclas do computador ou no pêlo de um animal, a beber um copo de água ou do que for, a ver estes pensamentos fluir no espaço aberto da consciência e a nada fazer senão ser? Não será infinitamente especial toda e a mínima experiência da vida? Não será o que fazemos ou não a cada instante o momento e a oportunidade cruciais da nossa vida? Não será o mais especial de tudo a atenção plena à própria vida, morte incluída? Viver assim é viver no Fulgor. Viver na memória ou expectativa de acontecimentos especiais é ser sombra de si mesmo.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Leonard Cohen - String Reprise / Treaty

O mundo é música. E este arrepio ao som dos violinos na derradeira obra de Leonardo Cohen são as asas que saudoso o infinito abre e lança para si mesmo.

sábado, 19 de novembro de 2016

A boa, a má e a melhor das notícias

A boa notícia é que o essencial é gratuito, está connosco desde sempre e só o acidental e desnecessário exige esforço, tempo e dinheiro. A má notícia é que não damos por isso e corremos em todas as direcções em busca do que desde sempre somos e temos. A melhor das notícias é que podemos parar e apreciar a vida, o respirar, o ser, a consciência, este estarmos aqui-agora abertos e vastos como o espaço. Fazer isto é contribuir para que os problemas do mundo se evaporem como orvalho ao sol radiante de uma manhã gloriosa.

A Guided Meditation on the Body, Space, and Awareness with Yongey Mingyu...

terça-feira, 15 de novembro de 2016

As Cinco Energias da Vida Plena e Desperta (Curso de Formação Integral)


As Cinco Energias da Vida Plena e Desperta
(Curso de Formação Integral)

I - Espaço (Ser incriado e nascer) - Sáb. 19 Nov. 15h00 - 19h00
II – Fogo (Amar) - 3ªf. 22 Nov. 18h30 – 22h30
III – Água (Saber) - Sáb. 26 Nov. 15h00 - 19h00
IV – Terra (Ser rico e fecundo - 3ªf. 29 Nov. 18h30 – 22h30
V - Ar (Agir) - Sáb. 03 Dez. 15h00 - 19h00
VI - Espaço (Morrer e reintegrar) - Sáb. 10 Dez. 15h00 - 19h00

Inspirado na sabedoria de várias tradições planetárias, e em particular nos ensinamentos budistas tibetanos sobre os 5 elementos que tudo constituem, o objectivo deste curso é oferecer a informação e a experiência de base para se iniciar, continuar ou aprofundar um caminho de realização de todo o potencial de uma vida humana plena e desperta. O curso visa oferecer os fundamentos de uma formação integral, baseada no conhecimento e na experiência do que é essencial nas áreas fundamentais da nossa vida, como alternativa a um sistema educativo disfuncional, fragmentário e orientado para fins alheios à plena realização humana, a principal causa da crise mental, social e ambiental e do fracasso do modelo dominante de civilização. Neste sentido, o curso terá uma importante dimensão vivencial, sendo os participantes convidados a questionar os nossos pressupostos mais enraizados e a ir além de uma mera abordagem intelectual, verificando por si mesmos a validade das hipóteses de trabalho mediante a experiência meditativa e contemplativa. Este curso visa constituir o fundamento de uma nova cultura, baseada no inseparável cuidado de si, de todas as formas de vida e da Terra. Os módulos podem ser frequentados individualmente, mas cada um só tem pleno sentido no conjunto de todo o curso.

I - Espaço (Ser incriado e nascer)

1. O espaço primordial, a concepção, a vida intra-uterina e o nascimento. Somos seres humanos ou espaço-consciência-energia vital em forma humana? Fomos concebidos e nascemos num mundo exterior ou damos a cada instante à luz a nós e ao mundo na matriz infinita do espaço primordial e incriado que simultaneamente somos? Existimos como entidades separadas ou somos interdependentes de todos os seres e do universo? O nascer, a nostalgia do espaço intra-uterino e a saudade do / aspiração ao espaço primordial que nunca deixamos de ser. Realidade relativa e absoluta. A vacuidade-aparição de todas as coisas. A vida como sonho e ilusão criadora.

2. Consciencializar e sarar os traumas vindos do passado e recordar e regressar ao espaço-consciência, aqui-agora. Somos aquilo com que nos identificamos ou somos o que há antes de toda a identificação? Exercícios práticos de iniciação à experiência meditativa e contemplativa.

3. Consciencializar todo o precioso e raro potencial de uma vida humana. Como propiciar uma boa concepção, gestação e nascimento. A importância da infância, exterior e interior, e do cultivo das suas qualidades ao longo da vida.

4. O que é fundamental transmitir às crianças? A meditação em família e na escola. Exercícios práticos (colaboração de Fernando Emídio).

II – Fogo (Amar)

1. O que é o amor? O nascimento, o corte do cordão umbilical, a vulnerabilidade e a amamentação. Amar e mamar: o seio-fonte e a fome-sede ávida; o dom incondicional de si e a carência; o outro como sujeito e o outro como objecto. A mão que apoia, cuida e acaricia e a mão que agarra e prende. Amor ou apego?

2. Cortámos o cordão umbilical? O medo, a insegurança, a dependência vital e afectiva do recém-nascido e da criança e o problema do seu prolongamento ao longo da vida. As actualizações do seio materno e da chucha. O que queremos verdadeiramente dizer quando dizemos “Amo-te”: “Quero o que for melhor para ti, comigo ou sem mim” ou “Quero que me alimentes, me satisfaças e me faças feliz”?

3. Sofre-se por amor ou sofre-se por não se saber amar e confundir-se amor com apego, seja no amor parental, na amizade ou no amor passional? Os vários níveis da experiência amorosa, dos mais obscuros e condicionados ao mais livres e conscientes.

4. Comunicação e comunhão. Escutar e falar amorosamente. Colocar-se emocionalmente no lugar dos outros.

5. O amor, o erotismo e a sexualidade. Como orientar a sua energia para o despertar da consciência e para o bem de todos os seres como alternativa à sua instrumentalização para a reprodução, a manipulação do outro e o prazer fugaz.

6. Como transformar a possessividade e o apego em amor incondicional e universal? Como cultivar relações íntimas simultaneamente abertas ao bem do mundo. Sugestões para uma vida amorosa, erótica e sexual mais plena e desperta. Exercícios meditativos (colaboração de Daniela Velho)

III – Água (Saber)

1. O que são a consciência e a mente? A diferença entre consciência e estados ou experiências mentais e emocionais. A importância de conhecer primeiro que tudo aquilo que nos permite conhecer.

2. O que é pensar? Os dois sentidos da palavra: a) pesar, avaliar, conceptualizar e quantificar; b) cuidar amorosamente.

3. O que é ver? As formas e o fundo sem fundo ou espaço ilimitado onde se manifestam em interdependência.

4. O que é saber? A diferença entre conhecimento conceptual e sabedoria. Da vontade de objectivar e dominar o mundo para satisfazer interesses humanos ao conhecer a sua natureza e leis profundas e saber viver em harmonia com todas as manifestações da existência e da vida.

5. Ver o mundo em todas as perspectivas possíveis e colocar-se mentalmente no lugar dos outros em vez de se fechar num só ponto de vista e pretender ter razão. A compreensão, a compaixão e a paciência como alternativa ao dogmatismo, ao fanatismo, à aversão e à ira.

6. Sabedoria e ética: reconhecer e abandonar toda as acções mentais, verbais e físicas que gerem sofrimento e obscurecimentos da consciência e cultivar as suas opostas.

7. A experiência da natureza luminosa da consciência e a atenção plena (mindfulness) não-judicativa e não-conceptual ao corpo, sensações, fenómenos mentais e fenómenos externos. A paz mental e a natureza profunda da consciência: há um pensador por detrás dos pensamentos, um observador por detrás da observação, um experimentador por detrás da experiência?

8. As leis fundamentais do mundo: impermanência, interdependência, causalidade (colaboração de Ângela Santos).

IV – Terra (Ser rico e fecundo)

1. O que é a riqueza? Somos sempre e naturalmente ricos. A conexão com a superabundância e fecundidade da vida. A infinidade do possível, a generosidade e a criatividade.

2. A desconexão com a superabundância da vida e o autocentramento como origem da experiência da insatisfação, da escassez e da carência, da avareza e do consumo ávido. As consequências internas e externas disso, no plano pessoal, social e ambiental. A economia do dom e da partilha.

3. Enraizamento, crescimento e expansão. Autoconfiança, segurança e nutrição.

4. A importância de tocar, cheirar, saborear. A plena expansão da consciência e dos sentidos.

5. Viver a vida com gratidão e regozijo e como celebração comunitária. Ser generoso e equânime como a Terra. Oferecer tudo o que existe e toda a nossa experiência para o bem de todos os seres. Exercícios meditativos.

6. O exemplo da permacultura como filosofia e prática de vida (João Miguel Louro)

V - Ar (Agir)

1. O que é agir? Acção como libertação e acção como condicionamento. A acção como agitação, a acção como reacção, a acção estratégica, instrumental e utilitária e a acção desinteressada, espontânea e criativa. A acção como meio para um fim e a acção como fim em si mesma, livre dos conceitos de sujeito, acção e objecto. A acção egocêntrica e competitiva e a acção generosa, cooperativa e altruísta. Acção e não-acção.

2. O agir mental, verbal e físico. A importância da intenção. As acções, as omissões e os seus efeitos, sobre o agente, os seres vivos e o mundo.

3. A ética do agir. Saber o que fazer e o que evitar, em função da lei de causalidade e do comum desejo de felicidade e não-sofrimento de todos os seres sencientes.

4. As finalidades disfuncionais e autocontraditórias do agir competitivo e egocentricamente motivado (pelo sucesso, poder, fama, riqueza material, protagonismo, reconhecimento, etc.) e o agir em prol do bem e da libertação de todos os seres.

5. Acção, criatividade e sabedoria. Exercícios e exemplos práticos (colaboração de Maurício Pereira).

VI - Espaço (Morrer e reintegrar)

1. O que é a morte? O que é morrer? A morte como metamorfose e reintegração e o nascer-morrer a cada instante da vida.

2. A morte, as crises e as experiências-limite. A morte como dissolução da experiência / visão convencional do mundo. A morte, o adormecer e o sonhar.

3. A morte em vida ao viver uma vida rotineira, funcionalizada, nociva e/ou sem sentido. A morte e a normose da consciência.

4. A morte física como regresso ao espaço-consciência primordial, anterior à concepção e ao nascimento, no qual toda a vida se processa. A preparação da morte pelo desprendimento libertador de todas as identificações, apegos e aversões. Cultivar em vida o reconhecimento e o repouso no espaço-consciência primordial. Reconhecer a vida e a morte como sonho e ilusão e Despertar. Exercícios meditativos e contemplativos.

5. O acompanhamento na dor, na doença e nos estados terminais. O acompanhamento compreensivo, amoroso e pacificante no momento da morte, adequado às singularidades, características, necessidades e capacidades de cada moribundo.

6. Informações, sugestões e exercícios práticos (colaboração de Micael Inês).

O curso foi concebido e será orientado por Paulo Borges. Praticante da via do Buda desde 1983 segundo a tradição Nyingma do budismo tibetano, integra a partir de 2012 os ensinamentos de Thich Nhat Hanh e é desde 2015 filiado na escola Linji (Rinzai) do budismo Ch’an / Zen. Professor de meditação e filosofia budista desde 1999, tendo orientado centenas de aulas, cursos, workshops e retiros em todo o país. Professor de Filosofia da Religião, Pensamento Oriental e Filosofia e Meditação na Universidade de Lisboa. Cofundador e ex-presidente da União Budista Portuguesa (2002-2014). Ex- presidente (2005-2013) e membro da Direcção da Associação Agostinho da Silva. Cofundador e presidente do Círculo do Entre-Ser. Autor e organizador de 45 livros, entre os quais "O Budismo e a Natureza da Mente" (2006, com Carlos João Correia e Matthieu Ricard), “O Buda e o Budismo no Ocidente e na Cultura Portugesa” (organizador, com Duarte Braga) (2007), "Descobrir Buda" (2010), “Quem é o Meu Próximo?” (2014) e "O Coração da Vida. Visão, meditação, transformação integral (guia prático de meditação)" (2015).
Na sua vertente prática o curso terá a colaboração de outros membros do Círculo do Entre-Ser, nomeadamente de Fernando Emídio, Daniela Velho, Ângela Santos, João Louro, Maurício Pereira e Micael Inês.

Convém trazer papel e caneta.

Local: Av. Duque de Ávila, 95, 3º andar, Lisboa (a 2 minutos do metro do Saldanha)

Contribuição: 25 euros por módulo / 100 euros inscrição no curso (todos os módulos)

----------------
Inscrições:
- preenchendo o formulário: https://goo.gl/forms/EikWO0vKV10QanBo2 ,
ou
- enviando email para inscricoes@circuloentreser.org
----------------

A iluminação é a nossa própria natureza


“(...) podemos chegar a ver que a iluminação não é apenas uma possibilidade distante, mas a nossa própria natureza. Não podemos existir sem ela mais do que o fogo pode existir sem calor. Mas podemos apenas despertar quando reconhecermos que a iluminação apenas acontece no momento presente. Contemplando o nosso precioso nascimento humano, reconhecemos que nunca teremos uma melhor oportunidade do que aquela que temos agora mesmo”

~ Mingyur Rinpoche, Turning Confusion into Clarity, 2014, p.92.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Somos bolas de sabão


Somos bolas de sabão. De que é feita uma bola de sabão? Da fina, frágil, efémera e brilhante película que lhe desenha a forma no espaço ou deste mesmo ilimitado espaço externo e interno que transparece? Somos bolas de sabão. Efémeros eternos. Eternos efémeros. Tudo são bolas de sabão. Alegria de divina Criança.

Se por vezes (te) sentires Deus, não é por acaso.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Ser e Amar. Nem pró nem contra.

Se combates e tomas partido contra ou a favor de algo ou alguém, tens sempre muitos seguidores e adversários, que só aumentam a confusão, o ruído e o conflito que há no mundo. Se apenas és e repousas sereno e livre, amando tudo e todos sem preferências nem exclusões, os humanos ignoram-te e desprezam-te, mas é em teu redor que a paz e a concórdia invisivelmente se constelam e tens o Céu, a Terra e todos os sábios por eterna companhia.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

A Vida é um Sonho. Introdução à Vacuidade - Sábado, 15 de Outubro - 15-19h


Estamos habituados a pensar que somos reais, que as coisas e os seres são reais, que o mundo é real. Estamos habituados a pensar que nós, os outros e tudo quanto existe somos permanentes, singulares e independentes. Estamos habituados a pensar que as coisas são como nos aparecem em função do modo como actualmente as percepcionamos. Por causa disso, e sem darmos conta de tal, deixamos que as nossas mentes estejam formatadas por juízos e conceitos rígidos e por emoções fortes de apego e aversão a respeito de coisas, seres, acontecimentos, situações e experiências, que nos causam intensa confusão, insatisfação e sofrimento. Consideramos isso todavia normal e dificilmente questionamos as nossas percepções. Achamos mesmo absurdo ou irritante que alguém venha colocar em causa aquilo em que mais cegamente acreditamos, a começar pela realidade absoluta daquilo a que chamamos “eu”, “outros” e “mundo”.

​Todavia, se virmos bem, a realidade da nossa vida passada evaporou-se como um sonho ao acordarmos, o mesmo está a acontecer ao que vivenciamos no presente e acontecerá ao que vivenciarmos no futuro. A vida é como um sonho no qual as formas, as imagens e as experiências do que chamamos “eu”, “outros” e “mundo” são impermanentes, constituídas por uma multiplicidade infinita de elementos em constante mutação e interdependentes. Se procurarmos sinceramente em nós, nos outros e onde quer que seja aquilo que estamos tão habituados a pensar que existe, como permanente, singular e independente, é provável que não encontremos nada. Mas isso não é o nada. É antes a experiência de um espaço ou abertura infinita, consciente e sensível, sem forma e sem limites, a partir da qual tudo é possível. A partir da qual é possível viver a vida como um sonho desperto, irradiante de sabedoria, amor e compaixão por todos os “seres”. A sabedoria budista chama a isso a descoberta da vacuidade luminosa, amorosa e criativa. O Despertar.

​O objectivo deste workshop é introduzir à experiência teórica e prática, mediante exercícios meditativos, desse supremo potencial que há em nós e em todos os seres.

O workshop será orientado por Paulo Borges. Praticante da via do Buda desde 1983 segundo a tradição Nyingma do budismo tibetano, integra a partir de 2012 os ensinamentos de Thich Nhat Hanh e é desde 2015 filiado na escola Linji (Rinzai) do budismo Ch’an / Zen. Professor de meditação e filosofia budista desde 1999, tendo orientado centenas de aulas, cursos, workshops e retiros em todo o país. Professor de Filosofia da Religião, Pensamento Oriental e Filosofia e Meditação na Universidade de Lisboa. Cofundador e ex-presidente da União Budista Portuguesa (2002-2014). Ex-presidente (2005-2013) e membro da Direcção da Associação Agostinho da Silva. Cofundador e presidente do Círculo do Entre-Ser. Autor e organizador de 45 livros, entre os quais "O Budismo e a Natureza da Mente" (2006, com Carlos João Correia e Matthieu Ricard), “O Buda e o Budismo no Ocidente e na Cultura Portugesa” (organizador, com Duarte Braga) (2007), "Descobrir Buda" (2010), “Quem é o Meu Próximo?” (2014) e "O Coração da Vida. Visão, meditação, transformação integral (guia prático de meditação)" (2015).

Convém trazer papel e caneta.

Contribuição: 20 euros, a pagar no dia do workshop. Pedimos que cheguem um pouco antes para o efeito.
(uma real indisponibilidade financeira não é impeditiva)

----------------
Inscrições:
- preenchendo o formulário: https://goo.gl/forms/QX6916Vm6BCOZHkt1
Ou
- enviando email para inscricoes@circuloentreser.org
----------------

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Transformando a Raiva em Bondade Amorosa - Mingyur Rinpoche



A essência do ódio é a bondade amorosa. Vendo o ódio no seio do amor, o primeiro transforma-se no segundo.

Curso de Introdução à Meditação - Nível I - Pacificar e Despertar a Mente, Abrir o Coração - 11, 13, 24 Outubro 20:30 - 22:30


Curso de Introdução à Meditação - Nível I - Pacificar e Despertar a Mente, Abrir o Coração

Data: 11, 13 e 24 de Outubro | das 20h30 às 22h30

A redescoberta da meditação, particularmente na vertente da atenção plena (mindfulness), é considerada “a grande revolução silenciosa do século XXI”. A sua prática está cada vez mais presente na vida das pessoas e das instituições como resposta a algumas das consequências dos nossos modos de vida: preocupações, cansaço, conflitos, stress, ansiedade, confusão, agitação, dispersão e outras perturbações emocionais. A meditação baseia-se na evidência de que aquilo que todos procuramos - felicidade, saúde, paz e bem-estar - depende menos de factores externos do que do estado interior da mente. A base da experiência meditativa consiste assim em treinar a mente para manter uma atenção focada, calma e clara na experiência presente, sem juízos, conflitos e comentários, o que suscita uma crescente paz interior que permite uma visão mais clara e uma acção mais consciente, empática e eficaz. Daí a meditação ser cada vez mais procurada como via para o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal, a par de estar no centro da investigação neurocientífica, dos cuidados de saúde, da educação e do desenvolvimento sócio-profissional, da liderança e da vida empresarial, da consciência ambiental e da transformação social. A meditação inclui entre os seus imensos benefícios a redução do stress e da ansiedade, a prevenção e tratamento da depressão, o desenvolvimento cerebral e o retardar do envelhecimento.

Neste curso recorda-se que, para além destes benefícios, a meditação é um elemento fundamental de um caminho de realização integral do ser humano, que nos conduz a uma plena abertura e despertar da consciência e do coração. Este curso habilita os participantes a continuarem uma prática regular individualmente e em grupo e terá uma continuidade em outros dois níveis. A metodologia é a que está exposta de modo desenvolvido no livro O Coração da Vida. Visão, meditação, transformação integral (Lisboa, Mahatma, 2015).

Programa

1 – O que é a meditação e quais os seus benefícios? A meditação laica e a meditação budista
2 – Porquê praticar?
3 – Como praticar?
3.1. Preparação
3.2. Os sete pontos da postura
3.3. Atenção plena ao corpo e às sensações físicas
3.4. Atenção plena à respiração e às sensações respiratórias
3.5. Atenção plena aos fenómenos mentais
3.6. Atenção plena aos fenómenos externos (abertura dos cinco sentidos)
3.7. Meditação sem objecto ou presença aberta
3.8. Meditação em pé e a caminhar
3.9. Meditação da alegria, do amor e da compaixão universais
4. Conclusão, instruções finais para continuar uma prática regular e dedicatória

Facilitador: Paulo Borges

Professor de Filosofia e Meditação, Pensamento Oriental e Filosofia da Religião no Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Professor de Técnicas Meditativas na Escola Superior de Enfermagem de Lisboa em 2011-2012 e 2012-2013. Ex-presidente e membro da Direcção da Associação Agostinho da Silva. Sócio-fundador e ex-presidente da União Budista Portuguesa. Sócio-fundador e presidente do Círculo do Entre-Ser, associação filosófica e ética.

Autor de centenas de conferências e artigos em revistas científicas e obras colectivas, publicados em Portugal, Espanha, França, Itália, Roménia, Alemanha e Brasil, bem como de 43 livros de ensaio filosófico, poesia, ficção e teatro. Obras mais recentes: É a Hora! A mensagem da Mensagem de Fernando Pessoa, Lisboa, Temas e Debates / Círculo de Leitores, 2013; Quem é o meu próximo? Ensaios e textos de intervenção por uma consciência e uma ética globais e um novo paradigma cultural e civilizacional, Lisboa, Edições Mahatma, 2014; O Coração da Vida. Visão, meditação, transformação integral, Lisboa, Edições Mahatma, 2015 (guia prático de meditação); Agostinho da Silva. Uma antologia temática e cronológica, Lisboa, Âncora Editora, 2016, 3ª edição.

Praticante de meditação e da via do Buda desde 1983, na escola Nyingma do budismo tibetano, integrando a partir de 2012 os ensinamentos de Thich Nhat Hanh, sendo desde 2015 filiado na escola Linji (Rinzai) do budismo Ch’an / Zen. Co-organizador das duas vindas de S. S. o Dalai Lama a Portugal. Instrutor de meditação desde 1999, tendo realizado centenas de conferências, workshops, cursos e retiros por todo o país, também em empresas e instituições como o Ministério da Defesa Nacional, a Escola Superior de Enfermagem de Lisboa e a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

Local: Sede do Círculo do Entre-Ser: O Coração do Mundo – Centro de Estudos e Práticas para o Despertar da Consciência – Av. Duque de Ávila, 95, 3º andar, Lisboa (a 2 minutos do metro do Saldanha)

Convém trazer caneta e bloco-notas e roupas confortáveis.

Contribuição: 40 euros (uma real indisponibilidade financeira não é impeditiva)

----------------
Inscrições:
- preenchendo o formulário: https://goo.gl/forms/Rohk2IefpmW9cFK82
ou
- enviando email para inscricoes@circuloentreser.org
----------------
Chegar 15 m mais cedo na 1ª sessão para fazer o pagamento

domingo, 2 de outubro de 2016

O que é a essência da meditação?



O que é a essência da meditação? É a consciência, não as experiências. É estar consciente, com ou sem pensamentos. É não estar perdido.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

La mente es como el espacio - Mingyur Rinpoche (sub. esp.)



A consciência é como o espaço. Se dependemos dos fenómenos externos ou internos, que são como as nuvens e estão sempre a mudar, a nossa mente será como a bolsa de valores, com altos e baixos, altos e baixos... Há que repousar pois na consciência e não nas suas experiências externas ou internas.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Curso de Introdução à Meditação - nível I - 5, 12, 19 de Setembro, 20:30-22:30


Curso de Introdução à Meditação - Nível I - Pacificar e Despertar a Mente, Abrir o Coração

Data: 05, 12 e 19 de Setembro | das 20h30 às 22h30

A redescoberta da meditação, particularmente na vertente da atenção plena (mindfulness), é considerada “a grande revolução silenciosa do século XXI”. A sua prática está cada vez mais presente na vida das pessoas e das instituições como resposta a algumas das consequências dos nossos modos de vida: preocupações, cansaço, conflitos, stress, ansiedade, confusão, agitação, dispersão e outras perturbações emocionais. A meditação baseia-se na evidência de que aquilo que todos procuramos - felicidade, saúde, paz e bem-estar - depende menos de factores externos do que do estado interior da mente. A base da experiência meditativa consiste assim em treinar a mente para manter uma atenção focada, calma e clara na experiência presente, sem juízos, conflitos e comentários, o que suscita uma crescente paz interior que permite uma visão mais clara e uma acção mais consciente, empática e eficaz. Daí a meditação ser cada vez mais procurada como via para o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal, a par de estar no centro da investigação neurocientífica, dos cuidados de saúde, da educação e do desenvolvimento sócio-profissional, da liderança e da vida empresarial, da consciência ambiental e da transformação social. A meditação inclui entre os seus imensos benefícios a redução do stress e da ansiedade, a prevenção e tratamento da depressão, o desenvolvimento cerebral e o retardar do envelhecimento.

Neste curso recorda-se que, para além destes benefícios, a meditação é um elemento fundamental de um caminho de realização integral do ser humano, que nos conduz a uma plena abertura e despertar da consciência e do coração. Este curso habilita os participantes a continuarem uma prática regular individualmente e em grupo e terá uma continuidade em outros dois níveis. A metodologia é a que está exposta de modo desenvolvido no livro O Coração da Vida. Visão, meditação, transformação integral (Lisboa, Mahatma, 2015).

Programa

1 – O que é a meditação e quais os seus benefícios? A meditação laica e a meditação budista
2 – Porquê praticar?
3 – Como praticar?
3.1. Preparação
3.2. Os sete pontos da postura
3.3. Atenção plena ao corpo e às sensações físicas
3.4. Atenção plena à respiração e às sensações respiratórias
3.5. Atenção plena aos fenómenos mentais
3.6. Atenção plena aos fenómenos externos (abertura dos cinco sentidos)
3.7. Meditação sem objecto ou presença aberta
3.8. Meditação em pé e a caminhar
3.9. Meditação da alegria, do amor e da compaixão universais
4. Conclusão, instruções finais para continuar uma prática regular e dedicatória

Facilitador: Paulo Borges

Professor de Filosofia e Meditação, Pensamento Oriental e Filosofia da Religião no Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Professor de Técnicas Meditativas na Escola Superior de Enfermagem de Lisboa em 2011-2012 e 2012-2013. Ex-presidente e membro da Direcção da Associação Agostinho da Silva. Sócio-fundador e ex-presidente da União Budista Portuguesa. Sócio-fundador e presidente do Círculo do Entre-Ser, associação filosófica e ética.

Autor de centenas de conferências e artigos em revistas científicas e obras colectivas, publicados em Portugal, Espanha, França, Itália, Roménia, Alemanha e Brasil, bem como de 43 livros de ensaio filosófico, poesia, ficção e teatro. Obras mais recentes: É a Hora! A mensagem da Mensagem de Fernando Pessoa, Lisboa, Temas e Debates / Círculo de Leitores, 2013; Quem é o meu próximo? Ensaios e textos de intervenção por uma consciência e uma ética globais e um novo paradigma cultural e civilizacional, Lisboa, Edições Mahatma, 2014; O Coração da Vida. Visão, meditação, transformação integral, Lisboa, Edições Mahatma, 2015 (guia prático de meditação); Agostinho da Silva. Uma antologia temática e cronológica, Lisboa, Âncora Editora, 2016, 3ª edição.

Praticante de meditação e da via do Buda desde 1983, na escola Nyingma do budismo tibetano, integrando a partir de 2012 os ensinamentos de Thich Nhat Hanh, sendo desde 2015 filiado na escola Linji (Rinzai) do budismo Ch’an / Zen. Co-organizador das duas vindas de S. S. o Dalai Lama a Portugal. Instrutor de meditação desde 1999, tendo realizado centenas de conferências, workshops, cursos e retiros por todo o país, também em empresas e instituições como o Ministério da Defesa Nacional, a Escola Superior de Enfermagem de Lisboa e a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

Local: Sede do Círculo do Entre-Ser: O Coração do Mundo – Centro de Estudos e Práticas para o Despertar da Consciência – Av. Duque de Ávila, 95, 3º andar, Lisboa (a 2 minutos do metro do Saldanha)

Convém trazer caneta e bloco-notas e roupas confortáveis.

Contribuição: 40 euros (uma real indisponibilidade financeira não é impeditiva)

----------------
Inscrições:
- preenchendo o formulário: https://goo.gl/forms/R29igH685RCJ9Gzt1
ou
- enviando email para inscricoes@circuloentreser.org
----------------
Chegar 15 m mais cedo na 1ª sessão para fazer o pagamento

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Conta-me uma história


Mal começamos a falar pedimos que nos contem uma história. E os pais ou avós, se ainda têm o tempo e a paciência para o fazer, em vez de nos abandonarem em frente da televisão ou dos jogos electrónicos, começam: “Era uma vez um Príncipe / uma Princesa...”. E nós imaginamos, ou seja, vivemos como mais real que o real, que somos esse Príncipe/Princesa, vivemos o maravilhoso de tudo ser possível. É a Idade de Ouro da infância. Que se começa a desvanecer quando os pais ou o professor, ansiosos por fazer da criança um adulto igual a eles, nos contam uma outra história: “1 + 1 = 2”, “3 x 3 = 9”. Começamos progressivamente a acreditar que só esta é real e um dia sorrimos meio envergonhados de haver acreditado na primeira. É a história que ainda hoje nos contam economistas, políticos e demais pessoas de bom senso. O mito que passamos a incarnar nas nossas vidas. O que fez de nós “homenzinhos”. A chave de acesso à idade da razão e a ignorada origem da nossa decadência e de todos os nossos problemas. Bem-aventurados os que lhe escapam, pois deles é o Reino da Criatividade.

(inspirado em Rabindranath Tagore, Le Prince Charmant et quatorze autres contes)

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

A busca do bem-estar é a nova religião de massas


Vivemos numa civilização obcecada pelo bem-estar físico, emocional e mental. A busca do bem-estar é a nova religião de massas e é por isso o centro de uma nova indústria e de um novo comércio. Vende-se, compra-se e consome-se bem-estar, associado a novas mercadorias: a nova onda é por via dos produtos naturais, da vida ao ar livre, da comida saudável, do yoga e da meditação. Tudo bem. Isto é melhor do que o contrário, mas o que é curioso é que esta busca apenas revela e reproduz um profundo mal-estar. Só uma sociedade triste, cansada, doente e decadente anseia a todo o custo estar bem. E só anseia a todo o custo estar bem uma sociedade confusa, que não vê que a ansiedade e a obsessão pelo bem-estar é já um enorme mal-estar. E que não vê que o bem-estar que se procura, por via disto ou daquilo, é sempre fugaz e gerador de novas dependências (incluindo a hora de yoga ou meditação diários) enquanto não vier da descoberta do bem e da alegria que há na simples experiência de ser. E de amar, pois sem isso não há alegria profunda. Sem isso, há apenas busca de bem-estar. Em geral, muito egocêntrica.

“A alegria é o fundo do ser. Verdade que nada tem de psicológico: é questão de fundo e não de estado; de ser e não de humor. Se a verdadeira alegria residisse na mutável ondulação das minhas emoções, ela seria tal como elas turva, instável, superficial e sem cessar mesclada de artifícios”

~ Fabrice Hadjadj, Le paradis à la porte. Essai sur une joie qui dérange, 2011, p.185.

Workshop de Iniciação à Via do Buda e à Meditação Budista - 6 de Agosto


O workshop consiste numa iniciação teórico-prática às bases da via do Buda ou do pleno Despertar da consciência. O objectivo é aliar o estudo do primeiro discurso do Buda e a compreensão intelectual à experiência prática e à vivência interior mediante exercícios meditativos que se propõe que sejam continuados e desenvolvidos em casa.

1. A vida e o Despertar de Siddhartha Gautama. Buda histórico e natureza de Buda. O Discurso de Benares e as Quatro Nobres Verdades: a insatisfação (dukkha), sua origem, sua extinção e a via que aí conduz. A Via do Meio entre hedonismo e ascetismo, essencialismo e niilismo. O Óctuplo Caminho: visão, pensamento, discurso, acção, modo de vida, esforço, atenção e concentração correctos. O sentido experimental e não dogmático da via do Despertar.

2. Exercícios meditativos: calma mental (shamatha) e introdução a vipassana (visão penetrante)

Será orientado por Paulo Borges. Praticante da via do Buda desde 1983 segundo a tradição Nyingma do budismo tibetano, integra a partir de 2012 os ensinamentos de Thich Nhat Hanh e pertence desde 2015 à escola Linji (Rinzai) do budismo Ch’an / Zen. Professor de meditação e filosofia budista desde 1999, orientou centenas de aulas, cursos, workshops e retiros em todo o país. Professor de Filosofia da Religião, Pensamento Oriental e Filosofia e Meditação na Universidade de Lisboa. Cofundador e ex-presidente da União Budista Portuguesa (2002-2014). Ex-presidente (2005-2013) e membro da Direcção da Associação Agostinho da Silva. Cofundador e presidente do Círculo do Entre-Ser. Autor e organizador de 45 livros, entre os quais "O Budismo e a Natureza da Mente" (2006, com Carlos João Correia e Matthieu Ricard), “O Buda e o Budismo no Ocidente e na Cultura Portugesa” (organizador, com Duarte Braga) (2007), "Descobrir Buda" (2010), “Quem é o Meu Próximo?” (2014) e "O Coração da Vida. Visão, meditação, transformação integral (guia prático de meditação)" (2015).

Convém trazer caneta e bloco-notas e roupas confortáveis.

Local: O Coração do Mundo – Centro de Estudos e Práticas para o Despertar da Consciência – Av. Duque de Ávila, 95, 3º andar, Lisboa (a 2 minutos do metro do Saldanha)
Contribuição: 30 euros (uma real indisponibilidade financeira não é impeditiva)

----------------
Inscrições:
- preenchendo o formulário: http://goo.gl/forms/bSMDKKTJWoHapPkx2,
ou
- enviando email para inscricoes@circuloentreser.org
----------------
Chegar um pouco antes para fazer o pagamento

domingo, 31 de julho de 2016

Olha para onde quiseres

Olha para onde quiseres.
Olha para ti.
Vê quem está a olhar.
Se nada vires (nem sequer o nada),
Terás visto tudo.

sábado, 30 de julho de 2016

E assim tudo volta a ser possível

Passar da percepção visual e mental de um mundo de formas aparentemente separadas à dança da energia que por elas circula e sentir como se entretecem e interpenetram, passar de ouvir música para escutar e ser a sinfonia que sempiternamente vibra no concerto do mundo, refluir do pensar pensamentos para o espaço aberto e luminoso anterior ao pensamento e à palavra – tudo isto é o mais fundo Amor e assim em vida se reintegra o que precede nascimento e concepção. Assim em vida se regressa ao que transcende vida e morte. Assim se cumpre e anula todo o desejo e toda a saudade. E assim tudo volta a ser possível.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

A ocupação da mente pela língua


Protestamos e revoltamo-nos contra todo o tipo de opressões e ocupações, mas permanecemos dóceis à ocupação, desde a infância, da mente pela língua que falamos porque os nossos pais a falavam e que nos leva a acreditar que o real é tal como a grosseira simplificação da gramática e dos léxicos o leva a supor... Temos a mente ocupada pela ficção de haver sujeitos, objectos e acções e disso ninguém se queixa. Essa é a grande questão, a montante de acordos ou desacordos ortográficos. É porque a língua é um ocupante estranho no território virgem e ilimitado da consciência que surge a insurreição poética e a libertação do silêncio místico.

“Há inefável no espírito, ele mesmo território ocupado a partir da idade de dezoito meses pela língua nacional após haver vivido engolido na emoção maternal vocal na qual residia”

~ Pascal Quignard, Mourir de Penser. Dernier Royaume IX, Paris, Gallimard, 2014, p.51.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Curso de Introdução à Meditação - Nível I - 21, 25 e 27 de Julho | das 20h30 às 22h30


Pacificar e Despertar a Mente, Abrir o Coração

Data: 21, 25 e 27 de Julho | das 20h30 às 22h30

A redescoberta da meditação, particularmente na vertente da atenção plena (mindfulness), é considerada “a grande revolução silenciosa do século XXI”. A sua prática está cada vez mais presente na vida das pessoas e das instituições como resposta a algumas das consequências dos nossos modos de vida: preocupações, cansaço, conflitos, stress, ansiedade, confusão, agitação, dispersão e outras perturbações emocionais. A meditação baseia-se na evidência de que aquilo que todos procuramos - felicidade, saúde, paz e bem-estar - depende menos de factores externos do que do estado interior da mente. A base da experiência meditativa consiste assim em treinar a mente para manter uma atenção focada, calma e clara na experiência presente, sem juízos, conflitos e comentários, o que suscita uma crescente paz interior que permite uma visão mais clara e uma acção mais consciente, empática e eficaz. Daí a meditação ser cada vez mais procurada como via para o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal, a par de estar no centro da investigação neurocientífica, dos cuidados de saúde, da educação e do desenvolvimento sócio-profissional, da liderança e da vida empresarial, da consciência ambiental e da transformação social. A meditação inclui entre os seus imensos benefícios a redução do stress e da ansiedade, a prevenção e tratamento da depressão, o desenvolvimento cerebral e o retardar do envelhecimento.

Neste curso recorda-se que, para além destes benefícios, a meditação é um elemento fundamental de um caminho de realização integral do ser humano, que nos conduz a uma plena abertura e despertar da consciência e do coração. Este curso habilita os participantes a continuarem uma prática regular individualmente e em grupo e terá uma continuidade em outros dois níveis. A metodologia é a que está exposta de modo desenvolvido no livro O Coração da Vida. Visão, meditação, transformação integral (Lisboa, Mahatma, 2015).

Programa

1 – O que é a meditação e quais os seus benefícios? A meditação laica e a meditação budista
2 – Porquê praticar?
3 – Como praticar?
3.1. Preparação
3.2. Os sete pontos da postura
3.3. Atenção plena ao corpo e às sensações físicas
3.4. Atenção plena à respiração e às sensações respiratórias
3.5. Atenção plena aos fenómenos mentais
3.6. Atenção plena aos fenómenos externos (abertura dos cinco sentidos)
3.7. Meditação sem objecto ou presença aberta
3.8. Meditação em pé e a caminhar
3.9. Meditação da alegria, do amor e da compaixão universais
4. Conclusão, instruções finais para continuar uma prática regular e dedicatória

Facilitador: Paulo Borges

Professor de Filosofia e Meditação, Pensamento Oriental e Filosofia da Religião no Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Professor de Técnicas Meditativas na Escola Superior de Enfermagem de Lisboa em 2011-2012 e 2012-2013. Ex-presidente e membro da Direcção da Associação Agostinho da Silva. Sócio-fundador e ex-presidente da União Budista Portuguesa. Sócio-fundador e presidente do Círculo do Entre-Ser, associação filosófica e ética.

Autor de centenas de conferências e artigos em revistas científicas e obras colectivas, publicados em Portugal, Espanha, França, Itália, Roménia, Alemanha e Brasil, bem como de 43 livros de ensaio filosófico, poesia, ficção e teatro. Obras mais recentes: É a Hora! A mensagem da Mensagem de Fernando Pessoa, Lisboa, Temas e Debates / Círculo de Leitores, 2013; Quem é o meu próximo? Ensaios e textos de intervenção por uma consciência e uma ética globais e um novo paradigma cultural e civilizacional, Lisboa, Edições Mahatma, 2014; O Coração da Vida. Visão, meditação, transformação integral, Lisboa, Edições Mahatma, 2015 (guia prático de meditação); Agostinho da Silva. Uma antologia temática e cronológica, Lisboa, Âncora Editora, 2016, 3ª edição.

Praticante de meditação e da via do Buda desde 1983, na escola Nyingma do budismo tibetano, integrando a partir de 2012 os ensinamentos de Thich Nhat Hanh, sendo desde 2015 filiado na escola Linji (Rinzai) do budismo Ch’an / Zen. Co-organizador das duas vindas de S. S. o Dalai Lama a Portugal. Instrutor de meditação desde 1999, tendo realizado centenas de conferências, workshops, cursos e retiros por todo o país, também em empresas e instituições como o Ministério da Defesa Nacional, a Escola Superior de Enfermagem de Lisboa e a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

Local: Sede do Círculo do Entre-Ser: O Coração do Mundo – Centro de Estudos e Práticas para o Despertar da Consciência – Av. Duque de Ávila, 95, 3º andar, Lisboa (a 2 minutos do metro do Saldanha)

Convém trazer caneta e bloco-notas e roupas confortáveis.

Contribuição: 40 euros (uma real indisponibilidade financeira não é impeditiva)

----------------
Inscrições:
- preenchendo o formulário: http://goo.gl/forms/M0byIlXhxkNyoA6s1,
ou
- enviando email para inscricoes@circuloentreser.org
----------------
Chegar 15 m mais cedo na 1ª sessão para fazer o pagamento

sábado, 9 de julho de 2016

Estar aqui


O poeta Teixeira de Pascoaes visitou um dia o Castelo de São Jorge em Lisboa. Deparou-se com uma senhora idosa parada a olhar para o infinito. Estranhou e perguntou-lhe: "O que está a senhora a fazer aqui?". E a senhora respondeu: "Estou aqui". E Pascoaes, apesar de ser poeta, cedeu a perguntar: "Mas aqui a fazer o quê?". E a resposta veio, avassaladora: "O senhor acha que é pouco eu estar aqui!?". E Pascoaes, rendido, confessou a imensa estalada espiritual que levou. Aquela mulher tinha acabado de lhe revelar uma verdade maior do que tudo o que tinha lido em Platão e demais filósofos.

Não desprezemos o estar aqui, sem mais nada. É o que faz, sem nada fazer, o inteiro e infinito e esplendoroso universo.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Feliz Aniversário e Vida Longa!


Uma vez perguntaram ao Dalai Lama o que aconteceria se todos os seres atingissem a Iluminação. A resposta foi: "Fazíamos uma Festa!"
Festejemos pois desde já, o seu 81º aniversário e essa Iluminação Universal, pois um ser iluminado vê todos os seres iluminados. Mais do que iluminados, vê o universo e tudo como Luz. Feliz Aniversário e Vida Longa!

Intimidade


“A intimidade é o interior que escapa a todos os olhares, mas é também o fundo último do real, além do qual não se pode ir e que sem dúvida não se atinge senão após haver atravessado todas as camadas superficiais pelas quais a vaidade, a facilidade ou o hábito sucessivamente a envolveram. É o próprio ponto onde as coisas se enraízam, o lugar de todas as origens e de todos os nascimentos, a fonte e o lar, a intenção e o sentido.

A descoberta da intimidade é coisa difícil e, uma vez encontrada, é necessário ainda que nela nos estabeleçamos. Mas é nela todavia que encontramos o princípio da nossa força e a cura de todos os nossos males. É por a ignorarem que tantos seres humanos procuram a diversão ou crêem poder reformar o mundo pelo exterior. Mas aquele que soube penetrar na intimidade não mais aceita dela ser expulso: e para ele todos os prestígios da diversão e da acção exterior se encontram abolidos”

~ Louis Lavelle, L’erreur de Narcisse, 2003, p.56.

terça-feira, 5 de julho de 2016

Uma prática diária para aliviar o sofrimento do mundo

Não consigo deixar de pensar na Débora Silva e no Tomás, a mãe que nos Açores se matou e ao filho pequeno fechando-se no carro e lançando-lhe fogo. Perante este e tantos casos semelhantes, sinto uma profunda vergonha por às vezes achar que sofro e tenho problemas. Possamos não ficar indiferentes e passivos ante este e outros tremendos sofrimentos pelos quais passam incontáveis seres, humanos e não humanos. Em vez de não pensar no assunto ou de fazer juízos falsos e inúteis, sentemo-nos com a coluna bem direita, visualizemos a nossa essência na forma de uma chama luminosa no coração, inspiremos compassivamente todo o sofrimento do mundo e transmutemo-lo nessa chama luminosa para então a expirar e irradiar com amor para que chegue a todos os seres e lhes leve todo o bem. Façamos isto até que tudo se dissolva em luz e fiquemos nela absorvidos sem pensar em mais nada. E depois, antes que venham outros pensamentos, dediquemos o benefício desta prática para a libertação de todos os seres, sem qualquer excepção. Façamos isto o mais possível, todos os dias.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Curso de Introdução à Ecologia Profunda e à Eco-Espiritualidade - 12, 19, 26 Julho - 18:30 - 22:00


Curso de Introdução à Ecologia Profunda e à Eco-Espiritualidade
(Agostinho da Silva, Arne Naess, Thich Nhat Hanh, Satish Kumar, Papa Francisco e Leonardo Boff)

Datas: 12, 19 e 26 de Julho | das 18h30 às 22h00

O objectivo do curso é dar a conhecer o pensamento e as propostas de seis autores que convergem numa visão holista da realidade (embora com distintas orientações filosóficas e espirituais) e consideram que a solução para a grave crise de civilização que atravessamos reside não num ambientalismo superficial ou num mero activismo político, mas antes numa transformação radical da consciência pela qual cada um de nós se descubra inseparável dos demais seres humanos, dos membros das outras espécies, da Terra e do cosmo. É desse despertar da consciência – por contraste com o novo obscurantismo do crescimento económico, do produtivismo e do consumismo - que podem vir novas comunidades humanas que vivam em harmonia com a natureza, com outra política, outra economia e outra espiritualidade.

12 de Julho

Agostinho da Silva – As tendências panteístas da cultura portuguesa. A separação do mundo, a humanização, a civilização e o regresso à comunidade cósmica. Libertar os humanos, os animais, as plantas e a Terra. A “paz” da não separação entre “eu” e “outro”.

Arne Naess – Ecologia superficial e ecologia profunda. “Campo total”, “igualitarismo biosférico” e respeito e veneração pelo valor intrínseco de todas as formas de vida. Da ecologia à ecosofia: “realização de Si” e “eu ecológico”, “baixa do egocentrismo” e “aumento da identificação e do cuidado com os outros”. Uma “ecopolítica” da consciência integral.

19 de Julho

Thich Nhat Hanh – A experiência e a visão do entre-ser, a interdependência e interconexão de todos os seres e fenómenos. Os cinco e os catorze treinos da atenção plena: uma espiritualidade e uma ética globais, transversais a crentes e descrentes; estender a não-violência a todos os seres e à natureza. Despertar colectivo e ecologia profunda e universal: a não-separação entre consciência, Terra e cosmos. Apaixonar-se pela Mãe-Terra, “o mais belo bodhisattva”.

Satish Kumar – O fim do dualismo e a “ecologia sáttvica” (sapiencial). “Amor da natureza” e reverência pelo valor intrínseco de todas as formas de vida, humanas e não-humanas, como a raiz dos movimentos ambientais e de justiça social. Uma “revolução espiritual” para criar a civilização sonhada por Mahatma Gandhi. “Identidade sáttvica”: do “eu” para o “nós”. Onze pontos para uma acção sáttvica. Solo, alma, sociedade: “uma trindade para um novo paradigma” onde a Terra é Gaia, um “organismo vivo” e uma “comunidade biótica”.

29 de Julho

Papa Francisco – A Terra, “nossa casa comum”, a “conversão ecológica”, a “ecologia integral” e a “comunhão universal”. A criação e as criaturas como teofanias em cujo íntimo Deus está presente. Um “estilo de vida profético e contemplativo” como alternativa ao consumismo. “Paz interior”, “serena atenção”, “cultura do cuidado” e “fraternidade universal”.

Leonardo Boff – Os “pecados capitais antiecológicos”, a Terra crucificada e a “era ecológica”: o regresso à Terra como “pátria/mátria comum”. Complementaridade entre teologia da libertação e ecologia. Ecologia integral, novo paradigma, ética e ecoespiritualidade planetárias: “ser e sentir-se Terra”. O panenteísmo: Deus em Tudo e Tudo em Deus. O Espírito Santo e a espiritualização de toda a criação. Como cuidar de Gaia.

O curso é orientado por Paulo Borges, professor de Filosofia na Universidade de Lisboa, presidente do Círculo do Entre-Ser e vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral da Sociedade de Ética Ambiental. Tem vasta obra, da qual se destacam, neste contexto:
- Tempos de ser Deus. A espiritualidade ecuménica de Agostinho da Silva, Lisboa, Lisboa, Âncora Editora, 2006;
- Quem é o meu próximo? Ensaios e textos de intervenção por uma consciência e uma ética globais e um novo paradigma cultural e civilizacional, Lisboa, Mahatma, 2014;
- O Coração da Vida. Visão, meditação, transformação integral, Lisboa, Mahatma, 2015.

Local: O Coração do Mundo – Centro de Estudos e Práticas para o Despertar da Consciência – Av. Duque de Ávila, 95, 3º andar, Lisboa (a 2 minutos do metro do Saldanha)

Convém trazer caneta e bloco-notas e roupas confortáveis.

Contribuição: 45 euros (uma real indisponibilidade financeira não é impeditiva)

----------------
Inscrições:
- preenchendo o formulário: http://goo.gl/forms/xaKv3e79oUbnytSn1,
ou
- enviando email para inscricoes@circuloentreser.org
----------------
Chegar 15 m mais cedo, na 1ª sessão, para efectuar o pagamento.

A ilusão da política e da economia

Criou-se o hábito de procurar soluções políticas e económicas para a maioria dos nossos problemas e não se vê que esse é um dos nossos maiores problemas. Porque a raiz dos nossos problemas, a começar pela questão milenar do sofrimento e da insatisfação, tem a ver com a percepção do mundo e logo com o estado da mente ou da consciência. Ou seja, com uma dimensão do humano e da sua relação com a realidade da qual a política e a economia não se ocupam e sobre a qual só muito exterior e indirectamente influem. Porque em geral as preocupações políticas e económicas vêm da incapacidade de ver que os problemas que a política e a economia tentam resolver têm a sua origem a montante, numa dimensão da interioridade humana a que políticos e economistas por norma são alheios. Nesse sentido, pode dizer-se que o centramento na política e na economia, e a expectativa de que, sem estarem ao serviço de uma visão mais ampla, possam mudar efectivamente o mundo, tende a convertê-las, sejam de esquerda ou direita ou nem uma coisa nem outra, em forças de bloqueio e oposição à real evolução da humanidade, que exige uma transformação profunda do regime de consciência e de percepção do mundo. Ao canalizar as energias da humanidade e a aspiração a uma mudança profunda para a gestão da ordem do mundo ou para reformas sempre parciais e superficiais, resultantes do desejo de administrar os egoísmos individuais e colectivos, procurando consensos, a política e a economia, sejam de esquerda ou direita ou nem uma coisa nem outra, tendem a ser sempre conservadoras e reaccionárias. E, acima de tudo, uma grande ilusão, apenas atraente para mentes imaturas.

domingo, 3 de julho de 2016

Caminho

Caminho no sol e não há sol porque sou sol. Caminho na luz e não há luz porque sou luz. Caminho no mundo e não há mundo porque sou mundo.

sábado, 25 de junho de 2016

Curso de Introdução à Meditação - Nível I - 27 de Junho, 4 e 11 de Julho | das 20h30 às 22h30


Curso de Introdução à Meditação - Nível I - Pacificar e Despertar a Mente, Abrir o Coração

Data: 27 de Junho, 4 e 11 de Julho | das 20h30 às 22h30

A redescoberta da meditação, particularmente na vertente da atenção plena (mindfulness), é considerada “a grande revolução silenciosa do século XXI”. A sua prática está cada vez mais presente na vida das pessoas e das instituições como resposta a algumas das consequências dos nossos modos de vida: preocupações, cansaço, conflitos, stress, ansiedade, confusão, agitação, dispersão e outras perturbações emocionais. A meditação baseia-se na evidência de que aquilo que todos procuramos - felicidade, saúde, paz e bem-estar - depende menos de factores externos do que do estado interior da mente. A base da experiência meditativa consiste assim em treinar a mente para manter uma atenção focada, calma e clara na experiência presente, sem juízos, conflitos e comentários, o que suscita uma crescente paz interior que permite uma visão mais clara e uma acção mais consciente, empática e eficaz. Daí a meditação ser cada vez mais procurada como via para o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal, a par de estar no centro da investigação neurocientífica, dos cuidados de saúde, da educação e do desenvolvimento sócio-profissional, da liderança e da vida empresarial, da consciência ambiental e da transformação social. A meditação inclui entre os seus imensos benefícios a redução do stress e da ansiedade, a prevenção e tratamento da depressão, o desenvolvimento cerebral e o retardar do envelhecimento.

Neste curso recorda-se que, para além destes benefícios, a meditação é um elemento fundamental de um caminho de realização integral do ser humano, que nos conduz a uma plena abertura e despertar da consciência e do coração. Este curso habilita os participantes a continuarem uma prática regular individualmente e em grupo e terá uma continuidade em outros dois níveis. A metodologia é a que está exposta de modo desenvolvido no livro O Coração da Vida. Visão, meditação, transformação integral (Lisboa, Mahatma, 2015).

Programa

1 – O que é a meditação e quais os seus benefícios? A meditação laica e a meditação budista
2 – Porquê praticar?
3 – Como praticar?
3.1. Preparação
3.2. Os sete pontos da postura
3.3. Atenção plena ao corpo e às sensações físicas
3.4. Atenção plena à respiração e às sensações respiratórias
3.5. Atenção plena aos fenómenos mentais
3.6. Atenção plena aos fenómenos externos (abertura dos cinco sentidos)
3.7. Meditação sem objecto ou presença aberta
3.8. Meditação em pé e a caminhar
3.9. Meditação da alegria, do amor e da compaixão universais
4. Conclusão, instruções finais para continuar uma prática regular e dedicatória

Facilitador: Paulo Borges

Professor de Filosofia e Meditação, Pensamento Oriental e Filosofia da Religião no Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Professor de Técnicas Meditativas na Escola Superior de Enfermagem de Lisboa em 2011-2012 e 2012-2013. Ex-presidente e membro da Direcção da Associação Agostinho da Silva. Sócio-fundador e ex-presidente da União Budista Portuguesa. Sócio-fundador e presidente do Círculo do Entre-Ser, associação filosófica e ética.

Autor de centenas de conferências e artigos em revistas científicas e obras colectivas, publicados em Portugal, Espanha, França, Itália, Roménia, Alemanha e Brasil, bem como de 43 livros de ensaio filosófico, poesia, ficção e teatro. Obras mais recentes: É a Hora! A mensagem da Mensagem de Fernando Pessoa, Lisboa, Temas e Debates / Círculo de Leitores, 2013; Quem é o meu próximo? Ensaios e textos de intervenção por uma consciência e uma ética globais e um novo paradigma cultural e civilizacional, Lisboa, Edições Mahatma, 2014; O Coração da Vida. Visão, meditação, transformação integral, Lisboa, Edições Mahatma, 2015 (guia prático de meditação); Agostinho da Silva. Uma antologia temática e cronológica, Lisboa, Âncora Editora, 2016, 3ª edição.

Praticante de meditação e da via do Buda desde 1983, na escola Nyingma do budismo tibetano, integrando a partir de 2012 os ensinamentos de Thich Nhat Hanh, sendo desde 2015 filiado na escola Linji (Rinzai) do budismo Ch’an / Zen. Co-organizador das duas vindas de S. S. o Dalai Lama a Portugal. Instrutor de meditação desde 1999, tendo realizado centenas de conferências, workshops, cursos e retiros por todo o país, também em empresas e instituições como o Ministério da Defesa Nacional, a Escola Superior de Enfermagem de Lisboa e a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

Local: Sede do Círculo do Entre-Ser: O Coração do Mundo – Centro de Estudos e Práticas para o Despertar da Consciência – Av. Duque de Ávila, 95, 3º andar, Lisboa (a 2 minutos do metro do Saldanha)

Convém trazer caneta e bloco-notas e roupas confortáveis.

Contribuição: 40 euros (uma real indisponibilidade financeira não é impeditiva)

----------------
Inscrições:
- preenchendo o formulário: http://goo.gl/forms/YmpVIXdL0f,
ou
- enviando email para inscricoes@circuloentreser.org
----------------
Chegar 15 m mais cedo para fazer o pagamento

Tenore Supramonte Orgosolo

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Quando a opção é entre eurocracia e nacionalismo o diabo já escolheu e venceu

Quando a opção é entre eurocracia e nacionalismo o diabo - ou seja, etimologicamente, a dualidade e a divisão - já escolheu e venceu. Espero que esta fecunda crise contribua cada vez mais para a verdadeira e única alternativa, o terceiro excluído da política mundial: a consciência da cidadania cósmica, o fim da ilusão das nações e dos grandes blocos político-económicos, o fim da política partidária e antropocêntrica, a consciência da pertença de todos e cada um de nós ao que não pode ser referendado porque sem isso nem sequer existimos: o céu que a tudo envolve, a terra que nos suporta, a água que bebemos, o ar que respiramos, o fogo que nos aquece e ilumina, a comunidade vital de todos os seres e formas da Vida. A grande solidariedade, não baseada em votos, mas na Consciência e no Amor.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Introdução Teórico-Prática à Meditação Budista e Cristã - 18 de Junho - 10-13h


No âmbito do seu investimento no conhecimento e no diálogo inter-religiosos por via das práticas contemplativas, bem como numa cultura da paz e do silêncio como contributo para uma sociedade e uma cultura mais fraternas e despertas, o Círculo do Entre-Ser e a Comunidade Mundial para a Meditação Cristã convidam-no para uma introdução teórico-prática à meditação nestas duas tradições, seguida de partilha de experiências e diálogo.

As intervenções e orientações das práticas serão feitas por Paulo Borges e Gilda Monteiro.

O evento tem lugar no Coração do Mundo, sede do Círculo do Entre-Ser, na Av. Duque de Ávila, 95 - 3º andar, em Lisboa (a 2 minutos do metro do Saldanha).

Contribuição: donativo livre.

Para uma melhor gestão do espaço, agradecemos que se inscreva preenchendo o seguinte formulário:

http://goo.gl/forms/I7yPZP6iHM

ou

enviando um email para inscricoes@circuloentreser.org

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Curso Teórico-Prático de Introdução à Via do Buda - 7, 14 e 21 de Junho - 18:30 - 22:00


Dias 7, 14 e 21 de Junho (3ªs feiras) das 18h30 às 22h00

O curso consiste numa introdução teórico-prática aos aspectos essenciais da via do Buda ou do pleno Despertar da consciência. O objectivo é aliar o estudo de textos e a compreensão intelectual à experiência prática e à vivência interior mediante exercícios meditativos que serão praticados em cada sessão e propostos para ser desenvolvidos em casa. Serão fornecidos textos de apoio e passados certificados de participação a quem frequente todas as sessões.

I. Reconhecer que o problema não está nos outros e pôr-se a caminho

1. A vida e o Despertar de Siddhartha Gautama. Buda histórico e natureza de Buda. O Discurso de Benares e as Quatro Nobres Verdades: a insatisfação (dukkha), sua origem, sua extinção e a via que aí conduz. A Via do Meio entre hedonismo e ascetismo, essencialismo e niilismo. O Óctuplo Caminho: visão, pensamento, discurso, acção, modo de vida, esforço, atenção e concentração correctos. O sentido experimental e não dogmático da via do Despertar.
2. Exercícios meditativos: calma mental (shamatha).

II. Descobrir a interdependência universal e abrir a mente-coração

1. A Roda da Vida (bhava-chakra). Os doze elos da origem interdependente e as quatro meditações que afastam do samsara: preciosa vida humana, impermanência e morte, causalidade kármica e sofrimentos do samsara.
2. O Sutra do Coração da Sabedoria Transcendente, o Sutra do Diamante e a vacuidade (shunyata). Verdade relativa e absoluta.
3. O Refúgio na Tripla Jóia (Buda, Dharma e Sangha) e o espírito do Despertar (bodhicitta), relativo e absoluto. Budismo original e Mahayana.
4. Exercícios meditativos: visão penetrante (vipashyana) e metta-bhavana. As quatro meditações ilimitadas: amor, compaixão, alegria e equanimidade.

III. Despertar Aqui-Agora

1. As seis paramitas ou virtudes libertadoras.
2. A prática na vida quotidiana e a constante actualização do Dharma. O budismo comprometido: os Cinco Treinos da Atenção Plena de Thich Nhat Hanh.
3. O Vajrayana. A natureza primordial da mente e a visão pura.
4. Exercícios meditativos: o mantra de Avalokiteshvara / Chenrezig: Om Mani Peme Hung Hri.
5. Propostas e sugestões finais para continuar a prática e integrar todas as experiências da vida (agradáveis e desagradáveis) na Via do Despertar, desenvolvendo sabedoria e compaixão pelo bem de todos os seres.

O curso será orientado por Paulo Borges. Praticante da via do Buda desde 1983 segundo a tradição Nyingma do budismo tibetano, integrando a partir de 2012 os ensinamentos de Thich Nhat Hanh e sendo desde 2015 filiado na escola Linji (Rinzai) do budismo Ch’an / Zen. Professor de meditação e filosofia budista desde 1999, tendo orientado centenas de aulas, cursos, workshops e retiros em todo o país. Professor de Filosofia da Religião, Pensamento Oriental e Filosofia e Meditação na Universidade de Lisboa. Cofundador e ex-presidente da União Budista Portuguesa (2002-2014). Ex-presidente (2005-2013) e membro da Direcção da Associação Agostinho da Silva. Cofundador e presidente do Círculo do Entre-Ser. Autor e organizador de 45 livros, entre os quais "O Budismo e a Natureza da Mente" (2006, com Carlos João Correia e Matthieu Ricard), “O Buda e o Budismo no Ocidente e na Cultura Portugesa” (organizador, com Duarte Braga) (2007), "Descobrir Buda" (2010), “Quem é o Meu Próximo?” (2014) e "O Coração da Vida. Visão, meditação, transformação integral (guia prático de meditação)" (2015).

Contribuição: 50 euros, a pagar na primeira sessão do curso.
Pedimos que cheguem um pouco antes para o efeito.
(uma real indisponibilidade financeira não é impeditiva)
----------------
Inscrições:
- preenchendo o formulário: http://goo.gl/forms/7oBkUITaqy,
ou
- enviando email para inscricoes@circuloentreser.org
----------------

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Sentar e Caminhar em Paz e Silêncio por um Mundo Novo - 4 de Junho - Terreiro do Paço - 16h


Vivemos no que já foi diagnosticado como “a sociedade do cansaço”, onde cada vez mais se sofre de stress, ansiedade, depressão, esgotamento, défice de atenção e hiper-actividade. Portugal é um dos países da Europa e do mundo com mais casos de depressão. Notícias recentes dão conta de que só em 2015 milhares de crianças portuguesas, desde tenra idade até aos 14 anos, consumiram 5 milhões de calmantes.

Não podemos continuar assim. A nossa civilização, criada por todos nós, está a destruir as nossas vidas com ritmos desumanos de trabalho, que visa fundamentalmente a produção e o consumo de coisas inúteis e prejudiciais e o lucro de minorias protegidas pelos governos, resultando na poluição da Terra, na destruição dos recursos naturais, no sacrifício dos ecossistemas e das vidas animais e em alterações climáticas fatais. E, mesmo que não nos explorem e oprimam directamente, somos nós que nos auto-exploramos num constante frenesim mental, verbal e físico. Não temos tempo para nada, a não ser para trabalhar e estar presos em mil e uma preocupações com o passado, o presente e o futuro que nos impedem de desfrutar da vida tal qual se oferece, sempre nova, a cada instante. Não temos tempo para estar connosco, com os entes queridos, com o Céu, a Terra e tudo o que de gratuito a cada instante a Vida abundantemente nos oferece. Não temos tempo para ser, contemplar, criar, amar e agir com calma e clareza, amor e compaixão. Só temos tempo para caminhar aceleradamente em direcção à morte, destruindo tudo à nossa passagem, como um bando de predadores enlouquecidos.

É tempo de mudar. É tempo de descobrir os imensos benefícios do silêncio, da paz interior, da atenção plena e da meditação. É tempo de redescobrir a vida contemplativa e a sua imensa capacidade de regenerar e dar sentido à vida activa, que de outro modo se converte numa agitação sem consciência e sem ética numa busca sôfrega de acumular poder, protagonismo, visibilidade, riqueza, fama e prazer fugaz. É tempo de assumir que sem espiritualidade – ou seja, sem o despertar fraterno da consciência, que não passa necessariamente pela religião – a vida pessoal e social perde sentido. É tempo de assumir que sem uma mente e um coração pacificados e despertos todas as tentativas de transformar o mundo fazem parte do problema e não da solução e o activismo se deixa contaminar por todo o tipo de emoções reactivas e nocivas, como o ressentimento, a raiva, a ira, a impaciência e o desespero.

Como forma de darmos testemunho público de que há cada vez mais pessoas sensíveis e despertas para estas questões, o Círculo do Entre-Ser, como acontece desde 2012 em várias cidades portuguesas, vai de novo realizar um encontro e uma caminhada silenciosos e meditativos. Em Lisboa estaremos no Sábado, dia 4 de Junho, das 16 às 19h no Terreiro do Paço junto à estátua do D.José, onde faremos uma caminhada em atenção plena e procederemos à partilha de experiências, ideias e propostas para continuarmos outras iniciativas, tendentes a encontrar caminhos alternativos para um Mundo Novo.

Passem a palavra e tragam muit@s Amig@s.

Como sempre, exortamos a que a iniciativa se multiplique por outras cidades e localidades.

Pelo Círculo do Entre-Ser

Paulo Borges

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Somos feitos de "Deus"

Somos feitos de “Deus”, somos Vida que não nasce nem morre, sem forma nem nome em todas as formas em que se manifesta e em todos os nomes com que a mente a reveste. Desgraçadamente passámos a sentir medo disso, medo do infinito que somos, do infinito que tudo é. O ego é o filho ilusório desse medo, apaparicado por uma civilização maricas. Coragem é não escolher entre tudo ou nada.

terça-feira, 10 de maio de 2016

O túnel do Marão e a barbárie do "progresso"


Ainda sobre o túnel do Marão, um grande texto de Jorge Leandro Rosa. É espantoso como vivemos enfeitiçados pela barbárie do "progresso".

"O PAÍS TRESPASSADO

Um jornalista deu-nos involuntariamente o retrato de um país terraplanado no corpo e no espírito: «Amanhã cai o Marão, inaugura-se o túnel do dito e com ele Trás-os-Montes fica mais plano, as gentes de Vila Real, Bragança e do Alto Douro ficam menos atrás dos montes e mais perto do litoral» (JN, 6 de Maio).

O consenso em torno dos túneis e viadutos é a congregação das vidas desesperadas que já abandonaram a viagem vertical. As existências querem-se planas e planificadas. Os montes, que abandonámos há muito, tornam-se meros paredões. A errância, fonte da experiência do ser que caminha, reduziu-se à auto-mobilidade. Este consenso assinala a vida restante, a definição do que é possível ser-se em Portugal: vidas litorais que já não entram pelo mar adentro.

Os túneis e os viadutos são um retrato da esperança de vida por estas paragens: tudo está pronto para a milagrosa circulação das mercadorias; tudo existe em função da circulação do mundo, sob a forma de coisas transaccionáveis, nestas regiões; tudo assenta nas máquinas que tudo movem, embora elas não nos possam dizer o porquê desses movimentos. Essa mobilização de tudo já pertence ao passado e dela vemos as últimas manifestações, agora que a energia deixou de poder ser tomada como infinita.

Escavar túneis, lançar viadutos, significa também que nos tornámos cegos às formas rebeldes, inumanas no fervor, que nos recordam o incompreensível das autonomias como parte do que merece ser vivido. «O fervor, propriedade variável segundo as épocas, abandonou os olhos modernos», escreveu Erri De Luca. Uma montanha que se trespassa é a inscrição de uma das formas da ignorância: a ignorância da terra anímica.

Aquilino, um dos que ainda compreenderam o Marão: «Esta serra mostra realmente uma fisionomia revel, zangada com as estrelas, escapa à bondade divina, diferente das outras» (in O Homem da Nave). Recusemo-nos, nós também, a certas bondares humanas"

Jorge Leandro Rosa

sábado, 7 de maio de 2016

Foi inaugurado o túnel do Marão

Foi inaugurado o túnel do Marão. Mais uma montanha – a montanha sagrada de Teixeira de Pascoaes – trespassada e profanada pelo frenético formigueiro humano. Populares declararam à TV que estavam ali para aproveitar a oportunidade de andarem a pé ou de bicicleta num túnel (!). E que o túnel em nada fica a dever aos grandes túneis da Europa. É espantoso como é fácil encontrar sentido para a vida… E depois veio o ministro falar do inevitável “desenvolvimento” e dizer que a engenharia portuguesa está de parabéns. Para terminar António Costa enfatizou que os transmontanos ficam mais perto do litoral, mas também do (ainda mais inevitável) “mercado” europeu… É espantoso que no estado actual do planeta alguém ainda dê crédito à retórica do desenvolvimento e crescimento económicos. Estamos na verdade num escuro túnel, bem mais longo que os 6 km do Marão: o da consciência.

Linhas e Fotografias: "São singulares as solidões da água. São o tumulto...

Linhas e Fotografias: "São singulares as solidões da água. São o tumulto...: "São singulares as solidões da água. São o tumulto e o silêncio." - Sally Mann vs Victor Hugo

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Como transformar as emoções nocivas em factor de desenvolvimento - 10 de Maio - 19-22h


Como transformar as emoções nocivas em factor de desenvolvimento - 10 de Maio - 19-22h

Segundo a psicologia budista, há seis emoções fundamentais que resultam de não vermos a realidade como ela é e assim condicionam a mente, gerando constantemente sofrimento em nós e nos outros e sendo a causa interna de todos os problemas do mundo: possessividade e apego, orgulho e arrogância, ciúme e inveja, avareza e avidez, ódio e cólera, torpor e preguiça. Todavia, como são a manifestação distorcida da nossa natureza profunda, a sua energia pode ser reconduzida a essa mesma natureza e usada de forma positiva. O objectivo deste workshop é aprendermos métodos simples e eficazes de nos treinarmos para conseguir isso quando as emoções nocivas se manifestam. Mediante os métodos complementares da simples observação das emoções e da aplicação dos antídotos, podemos pôr fim ao sofrimento que causam e transformá-las em estados de consciência mais livres, felizes, bondosos e despertos. A energia das emoções converte-se assim em alimento do nosso desenvolvimento integral.

Orientação: Paulo Borges - Tenta seguir a via do Buda desde 1983. Facilita desde 1999 centenas de workshops, cursos e retiros de introdução teórica e prática ao budismo e à meditação. Professor na Universidade de Lisboa. Cofundador e ex-presidente da União Budista Portuguesa (2002-2014). Cofundador e presidente do Círculo do Entre-Ser. Tradutor de textos budistas, como Estágios da Meditação, de S. S. o Dalai Lama (2001), o Livro Tibetano dos Mortos (2006) (com Rui Lopo), A Via do Bodhisattva, de Shantideva (2007), O Caminho da Grande Perfeição, de Patrul Rinpoche (2007) e O que não faz de ti um budista, de Dzongsar Jamyang Khyentse (2009). Entre outras obras é autor de O Budismo e a Natureza da Mente (com Matthieu Ricard e Carlos João Correia, 2005), de Descobrir Buda (2010), de Quem é o meu Próximo? (2014) e de O Coração da Vida (guia prático de meditação) (2015).

Local: O Coração do Mundo, sede do Círculo do Entre-Ser, Av. Duque de Ávila, 95 - 3º andar (a 2 minutos do metro do Saldanha)

Contribuição: 15 euros. Uma real indisponibilidade financeira não é impeditiva.

Material necessário: Roupas largas, caneta e bloco notas.

----------------
Inscrições:
- preenchendo o formulário: http://goo.gl/forms/BtbKhBVMHV
ou
- enviando email para inscricoes@circuloentreser.org
----------------

terça-feira, 26 de abril de 2016

Regresso ao Silêncio, Regresso a Si - Retiro de silêncio e meditação


Regresso ao Silêncio, Regresso a Si

Casa Silva - Barcelos
29/30 de Abril e 1 de Maio de 2016
(Sexta a Domingo)

Neste retiro não nos vamos retirar do mundo, mas sim da desatenção à natureza profunda do mundo, de nós mesmos e de todos os seres e formas de vida.


Programa:

Dia 29 – 6ª feira

18:00 – 20.00 - Chegada e acomodação (não inclui jantar)

(Partilha de chá e docinhos)

21:30 – Apresentação do objectivo do Retiro: reconhecer como a mente condiciona a nossa vida, abandonar o turbilhão dos pensamentos, palavras, imagens, juízos e emoções e regressar ao Fundo silencioso, pacífico, luminoso e amoroso da Vida.

Tomar refúgio no sentido interior do Buda, do Dharma e da Sangha e votos de Bodhisattva: cultivar a aspiração e tomar a decisão de viver cada vez mais na paz e na liberdade, na compreensão da interdependência e no amor/compaixão pela Terra e por todas as formas de vida.

Dia 30 – Sábado

07.30 – 09.00 – Introdução à experiência e métodos meditativos: a Vida Aqui-Agora. RAIN: reconhecer, aceitar, investigar e não se identificar com o turbilhão mental-emocional.

09.00 – 10.00 – Pequeno-almoço

10.00 – 11.30 - Meditação sentada e em andamento (no interior e na natureza, se o tempo permitir). Movimentos em atenção plena.

11:30 – 12:00 – Pausa

12:00 – 13:00 - Introdução aos nossos padrões energéticos: reconhecer as 5 famílias de Buda na nossa vida, bem como as suas manifestações saudáveis e disfuncionais.

13.30 – 15:00 – Almoço

15:30 - Relaxamento profundo. Meditação sentada e em andamento (no interior e na natureza, se o tempo permitir). A meditação do amor, da compaixão e da alegria incondicionais e universais: metta-bhavana.

17:00 – 17:30 – Pausa

17:30 – 19:00 - Como lidar com as emoções nocivas, causadoras de sofrimento: possessividade e apego, orgulho e vaidade, inveja e ciúme, avareza e avidez, ódio e cólera, indiferença, preguiça e torpor. I – o método dos antídotos: amor, compaixão, alegria e equanimidade / inclusividade (palestra e exercícios meditativos).

19.30 – 20.30 – Jantar

21.00 – 22:30 – Introdução à prática de Avalokiteshvara e do mantra das seis sílabas. Como adormecer na luz da consciência desperta e amorosa. Perguntas e respostas e partilha de experiências.

Dia 1 – Domingo

07.30 – 09.00 – Meditação sentada e em movimento: a Vida Aqui-Agora. RAIN: reconhecer, aceitar, investigar e não se identificar com o turbilhão mental-emocional. A meditação do amor e da compaixão incondicionais e universais: metta-bhavana.

09.00 – 10.00 – Pequeno-almoço

10.00 – 11.30 - Meditação sentada e em andamento (no interior e na natureza, se o tempo permitir). Introdução aos métodos de Thich Nhat Hanh: experienciar-se como flor, montanha, água tranquila e espaço. Movimentos em atenção plena.

11:30 – 12:00 – Pausa

12:00 – 13:00 - Como lidar com as emoções nocivas, causadoras de sofrimento: desejo possessivo e apego, orgulho e vaidade, inveja e ciúme, avareza e avidez, ódio e cólera, indiferença, preguiça e torpor. II – o método da auto-libertação das emoções pela simples consciência delas (palestra e exercícios meditativos).

13.30 – 14.30 – Almoço

15:00 – Como lidar com as emoções nocivas (conclusão).

16:00 - Prática de Avalokiteshvara e do mantra das seis sílabas.

17:00 – 18:00 – Conclusão do retiro: partilha de experiências, instruções para continuar a prática na vida quotidiana, dedicatória dos benefícios para o bem da Terra e de todos os seres e meditação do Abraço.

O retiro será facilitado por Paulo Borges e Daniela Velho.

Paulo Borges tenta praticar a via do Buda desde 1983, segundo a tradição Nyingma do budismo tibetano, e desde 2012 integra o budismo comprometido e os ensinamentos laicos de Thich Nhat Hanh. Tem facilitado desde 1999 centenas de workshops, cursos e retiros de introdução teórica e prática ao budismo, à meditação e à espiritualidade inter-religiosa. Professor de Filosofia da Religião e Pensamento Oriental na Universidade de Lisboa. Cofundador e ex-presidente da União Budista Portuguesa (2002-2014). Cofundador e presidente do Círculo do Entre-Ser. Tradutor de textos budistas, como Estágios da Meditação, de Sua Santidade o Dalai Lama (2001), o Livro Tibetano dos Mortos (2006) (com Rui Lopo), A Via do Bodhisattva, de Shantideva (2007), O Caminho da Grande Perfeição, de Patrul Rinpoche (2007) e O que não faz de ti um budista, de Dzongsar Jamyang Khyentse (2009). Entre outras obras é autor de O Budismo e a Natureza da Mente (com Matthieu Ricard e Carlos João Correia, 2005), de Descobrir Buda. Estudos e ensaios sobre a via do Despertar (2010), de Quem é o meu Próximo? Ensaios e textos de intervenção por uma consciência e uma ética globais e um novo paradigma cultural e civilizacional (2014) e de O Coração da Vida. Visão, meditação, transformação integral (2015).

Daniela Velho procura seguir a via do Buda segundo a tradição budista tibetana Nyingma desde 2010.
Acompanha e procura aplicar os ensinamentos laicos de Thich Nhat Hanh desde 2012.
Co-fundadora e vice-presidente da associação ética e filosófica Círculo do Entre-Ser.
Investiga na área das práticas contemplativas e é instrutora e praticante de meditação.
Jurista de profissão.

Contribuição: 120 euros (inclui todas as dormidas, todas as refeições até domingo)
10% dos lucros será oferecido a uma associação humanitária, de defesa dos animais ou do ambiente.

Inscrições /Informações: devesaana@hotmail.com
Telm – 919957931 (Ana Devesa )
Atenção:
- É necessário inscrever-se por mail, confirmando a inscrição com a transferência do valor em causa até ao dia 22 de Abril.

NIB – 0036 0390 99101296254 64

- O retiro decorre em silêncio parcial, incluindo todas as refeições, com a excepção das sessões de prática na sala comum.

- Convém trazer roupas largas, uma almofada, um tapete / manta e um bloco de notas.

- O evento é aberto a todos e não implica nenhum conhecimento teórico ou prático de meditação.

- As refeições serão vegetarianas, decorrerão em silêncio e serão precedidas pela leitura silenciosa das Cinco Contemplações antes de comer, segundo a tradição de Thich Nhat Hanh.

Localização:

Chegando a Barcelos, seguir as placas estádio (cor de laranja), rotunda do Estádio de Futebol, seguir na direção de Ponte de Lima. Um pouco mais à frente novamente placa de Ponte de Lima virar direita, aqui virar de imediato nesse cruzamento à esquerda, tem uma placa que diz rua do Seminário (rua estreita em paralelo de lado esquerdo, entre uma clínica dentária e uma casa de móveis)
Seguir sempre em frente aproximadamente 2/3 km, passará um pouco de bosque que já faz parte do seminário até encontrar um grande portão.
- O retiro realizer-se-á com um mínimo de 10 participantes.

- O espaço dispõe de um magnífico espaço verde natural.

Organização: Ana Devesa com o apoio do Círculo do Entre-Ser