“Sou feito da inteira evolução da Terra; sou um microcosmo do macrocosmo. Nada há no universo que não esteja em mim. O inteiro universo está encapsulado em mim, como uma árvore numa semente. Nada há ali fora no universo que não esteja aqui, em mim. Terra, ar, fogo, água, tempo, espaço, luz, história, evolução e consciência – tudo está em mim. No primeiro instante do Big Bang eu estava lá, por isso trago em mim a inteira evolução da Terra. Também trago em mim os biliões de anos de evolução por vir. Sou o passado e o futuro. A nossa identidade não pode ser definida tão estreitamente como ao afirmar que sou inglês, indiano, cristão, muçulmano, hindu, budista, médico ou advogado. Estas identidades rajásicas são secundárias, de conveniência. A nossa identidade verdadeira ou sáttvica é cósmica, universal. Quando me torno consciente desta identidade primordial, sáttvica, posso ver então o meu verdadeiro lugar no universo e cada uma das minhas acções torna-se uma acção sáttvica, uma acção espiritual”

- Satish Kumar, Spiritual Compass, The Three Qualities of Life, Foxhole, Green Books, 2007, p.77.

“Um ser humano é parte do todo por nós chamado “universo”, uma parte limitada no tempo e no espaço. Nós experimentamo-nos, aos nossos pensamentos e sentimentos, como algo separado do resto – uma espécie de ilusão de óptica da nossa consciência. Esta ilusão é uma espécie de prisão para nós, restringindo-nos aos nossos desejos pessoais e ao afecto por algumas pessoas que nos são mais próximas. A nossa tarefa deve ser a de nos libertarmos desta prisão ampliando o nosso círculo de compreensão e de compaixão de modo a que abranja todas as criaturas vivas e o todo da Natureza na sua beleza”

- Einstein

“Na verdade, não estou seguro de que existo. Sou todos os escritores que li, todas as pessoas que encontrei, todas as mulheres que amei, todas as cidades que visitei”

- Jorge Luis Borges

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Que 2016 nos traga o Despertar!

Desejo a mim e a tod@s que 2016 nos traga, de modo nenhum o que mais desejamos, mas sim o que realmente mais necessitamos, incluindo os sucessos e sobretudo os insucessos, safanões e trambolhões que isso que não sabemos o que seja e se pode chamar Vida melhor achar, na sua infinita sabedoria e criatividade, para que mais rapidamente despertemos deste supremo político e juiz corrupto chamado ego, que constantemente exerce sobre nós a mais impiedosa tirania, avaliando, julgando e manipulando o mundo em função da sua ignorância de não existir e dos seus interesses e caprichos fúteis, estreitos e mesquinhos! Sim, que 2016 nos traga, do modo mais eficaz e rápido possível, por mais duro que seja para este menino hiper-protegido e mimado, tudo o que nos desperte da ilusão do apego aos amigos, da aversão aos inimigos e da indiferença aos outros, tudo o que nos liberte de fazer alguma coisa que não seja por amor e compaixão para com todos os seres e sem esperar nada em troca, tudo o que nos abra bem os olhos para além do medo e da expectativa e nos faça ver e sobretudo experimentar que a Vida não corre bem nem mal: a Vida corre, e é tudo! E tão vertiginosa que daqui a nada já cá não estaremos e será como se nunca tivéssemos estado nesta feira-passerelle de vaidades chamada mundo. Se até lá não despertarmos morreremos tão mortos como mortos vivemos. Mas que Despertemos e, despertos, sintamos e celebremos em tudo e a cada instante esta Maravilha sem nome que desde sempre e para sempre somos, esta Vida sem princípio nem fim, este Sol de infinitos e sempre cambiantes raios! Aparecemos a cada instante como um deles, e nesse sentido somos momento a momento únicos, mas a nossa Realidade plena está em todos. Que o Novo Ano seja a descoberta disto! A isso brindemos, seja com o que for, pois a esta Luz um simples copo de água mais vale que o mais delicado champanhe.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

A vida não corre de acordo com as nossas expectativas?

Frequentemente sofremos por a vida não correr de acordo com as nossas expectativas. E quase sempre responsabilizamos os outros, o que muitas vezes é uma forma de camuflar e fugir ao sentimento incómodo de culpa por não nos acharmos suficientemente capazes. E os outros podem ser os maus, os injustos, a sociedade, a educação, o pai e a mãe, o marido ou a mulher, o governo, a oposição, Deus, o Diabo, os deuses, os demónios, os astros, o karma, o destino, a vida, etc....

Tudo culpamos por a vida não correr de acordo com as nossas expectativas. Mas raramente colocamos em causa as próprias expectativas que temos ou o sentido de haver expectativas. Na verdade, porque haveria a vida de correr de acordo com as nossas expectativas? Porque não sermos antes nós a correr de acordo com as expectativas da vida? E porque teremos de ter expectativas? Porque não nos será dado a cada instante tudo o que necessitamos para estar bem e ser felizes, desde que as necessidades básicas da existência estejam asseguradas? Porque haveremos de multiplicar projectos, exigências e ansiedades? Porque haveremos de trocar o prazer de (entre-)ser, com tudo e com todos, sempre presente e acessível, pelos sempre ausentes, incertos e fugazes objectos do desejo? De que nos queixarmos, a não ser de sermos mentes mimadas, que alimentam todo o tipo de caprichos e depois fazem birra e amuam por não os verem realizados?

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

A Felicidade (texto publicado no número de Dezembro da revista CAIS)


Pediram-me que escrevesse sobre a Felicidade como caminho para o Desenvolvimento. Compreendo o tema, mas não me parece que a felicidade possa ser um meio. A felicidade é antes um fim, que só pode ser alcançado Aqui-Agora. O verdadeiro des-envolvimento, o da consciência livre de tudo o que a envolve, é a Felicidade. Não o progresso material ou tecnocientífico, nem o crescimento económico, mas a Felicidade enquanto fruição plena da Vida inseparável da verdade e do amor.

A verdade é o desvelar da natureza profunda da realidade. É uma experiência de abertura sem limites, a sabedoria: não um conhecimento intelectual, mas o saborear a plenitude da vida. Os gregos chamaram-lhe aletheia – não-esquecimento, des-velamento – e os indianos satya, de sat, ser, o que é, o real. A verdade é não trocar o real, tudo o que se manifesta aqui e agora, a cada instante, por preocupações com o passado e o futuro e por palavras, conceitos e imagens oriundos das nossas percepções, interpretações e juízos limitados. A etimologia de real evoca a riqueza, a abundância. A natureza das coisas é exuberante, plena de todas as possibilidades: a verdade e a sabedoria são a experiência disso no presente, pois só aqui-agora mesmo a vida se oferece.

A verdade jamais se pode reduzir a uma definição, doutrina ou símbolo. Convida a transcender conceitos, imagens e palavras numa experiência contemplativa e silenciosa que pacifica e liberta da agitação mental e emocional que turva a consciência. A verdade torna-nos autênticos, confiantes e generosos, sentindo a nossa constante ligação a algo mais vasto que abrange tudo quanto existe e se não pode dizer, mas se experiencia nos momentos mais plenos das nossas vidas, que nos arrebatam de maravilhamento, gratidão e amor.

O amor é o sentimento natural de um coração conectado com o real, sensível à interconexão de todas as formas de vida e que activamente aspira à felicidade de todos os seres, sem nada esperar em troca. O pleno amor é infinito, universal e incondicional e desenvolve-se alargando a cada vez mais vidas a aspiração a que nós e os entes queridos sejamos plenamente felizes. O verdadeiro amor surge quando esse desejo de felicidade abrange todo o universo e todas as expressões da vida, sentindo-as a todas como íntimas. Com ele surge então a verdadeira felicidade.

Íntima à verdade e ao amor, a felicidade não é o prazer fugaz nem a mais intensa alegria, mas um estado duradouro e íntimo de profunda satisfação que não depende do que possa acontecer ou não, se possa ganhar ou perder ou aumentar e diminuir. A genuína felicidade é livre de medo e expectativa e expressa a plenitude de ser, o florescimento da consciência e do afecto na ilimitada compreensão e amor do mundo e de todas as formas de vida. A mais profunda felicidade integra e supera a dor, o sofrimento e o conflito e transcende a inquietação e ansiedade ainda inerentes à busca de ser feliz.

A verdadeira felicidade é um sentimento de realização do sentido da vida, uma sensação de integridade e perfeição, por maior que seja ainda o horizonte de crescimento que ante nós se abre, uma experiência de não estarmos a falhar o alvo e a passar ao lado da nossa única e mais autêntica vocação: a de sermos felizes. É sugestivo que pecado seja a tradução latina do grego amartia, que significa “falhar o alvo”. Ser feliz é sentir que a flecha da vida acerta no seu alvo: a plenitude, que muitas tradições designam como salvação, Deus, despertar, iluminação ou libertação.

A genuína felicidade é uma serena bem-aventurança para além das palavras. Nela não estamos sós, pois aí todos os seres e coisas comungam. A mais profunda felicidade é simultaneamente o mais íntimo e cósmico dos acontecimentos, o esplendor de cada consciência e de todo o universo, a poderosa, ampla e serena Festa da Vida. Para a qual todos somos desde sempre e a cada instante convidados.




quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Declaração - Outro Portugal Existe


Não foi possível reunir e validar até hoje, 24 de Dezembro, as 7500 assinaturas necessárias para formalizar a minha candidatura-movimento Outro Portugal Existe à presidência da República em 2016. A minha decisão tardia, a escassez de recursos e muitos outros factores, externos e internos, contribuíram para isso. Entre eles destaco o total boicote da comunicação social e, facto inédito na minha longa vida de escritor com mais de 40 livros publicados, a recusa dos principais livreiros em aceitarem o livro com os manifestos e textos desta candidatura-movimento, Outro Portugal Existe. Estou-lhes profundamente grato, pois isto confirma que estou e estamos no bom caminho. Agradeço também, do fundo do coração, às personalidades que apoiaram oficialmente e às imensas pessoas que em todo o país assinaram, se voluntariaram para recolher assinaturas e enviaram mensagens de apoio incondicional. Eles mostram que realmente Outro Portugal Existe e que isso é o mais importante.

Se a formalização da candidatura não foi possível, o seu assumido objectivo principal, lançar o movimento informal e apartidário Outro Portugal Existe, foi conseguido. A candidatura era claramente apenas um meio para lançar este movimento e dar-lhe maior visibilidade. No decorrer deste processo e dos contactos havidos confirmou-se que existe um Portugal profundo que está bem mais vivo do que o decadente, moribundo e medíocre Portugal oficial dos governos e oposições, dos partidos, das corporações e dos lobbies de interesses que manipulam a comunicação social. É a esse Portugal profundo que o movimento OPE continuará a dar voz, contribuindo para uma ampla plataforma de pensamento e acção que desperte a sociedade civil para o exercício da cidadania fora da política convencional e dos quadros partidários. Importa aproximar todos aqueles que, nas mais diversas áreas, promovem alternativas éticas, saudáveis e sustentáveis que convergem para a mudança do paradigma e para a superação criativa da crise cultural e civilizacional em que nos encontramos.

O movimento OPE assume como novo desígnio para Portugal o Bem da Terra e de todos os seres vivos e continuará a introduzir no espaço público temas de vanguarda como a política da consciência e do coração, a necessidade de reinventar a democracia - pois a democracia representativa falhou e já não representa metade da população portuguesa, que se abstém ou vota branco e nulo por não se rever na partidocracia reinante - , uma economia solidária e sustentável alternativa ao mito do crescimento económico ilimitado, o Rendimento Básico Incondicional, o reconhecimento dos direitos intrínsecos da Natureza e de todos os seres vivos, pedagogias alternativas, a introdução da meditação nas escolas e nos cuidados de saúde, a autogestão local e regional e a soberania alimentar, o diálogo entre culturas, religiões e irreligiões, a espiritualidade laica no sentido do despertar fraterno e activo da consciência, entre muitos outros.

Os movimentos alternativos constituem hoje, em Portugal e em todo o mundo, o grande Movimento que rompe com os quadros da política convencional, partidária e eleitoral. As pessoas começam a descobrir que a mudança não vem por decreto e que não necessitam de depender de eleições, governos e partidos para serem e realizarem desde já nas suas vidas, de modo solidário e cooperativo, aquilo que de melhor querem ver no mundo. Outro Portugal Existe é a expressão entre nós deste movimento mundial rumo à reinvenção consciente, amorosa, compassiva e criativa da aventura humana na Terra. Há que fazer da Crise uma Festa.

Como disse Pessoa: É a Hora!

Saudações fraternas e votos de que este Natal seja o Nascimento do que há de mais precioso em todos e cada um de nós: a consciência de sermos irmãos do Cosmos, da Terra e de tudo quanto vive!

24 de Dezembro de 2015

Paulo Borges

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

És a Força

És dotado de um tremendo poder, o de ser, conhecer e amar sem limites, o da Vida sem rótulos nem fronteiras. Mas não te prezas. Por isso crias um ego e este religiões e irreligiões de que se torna crente e seguidor, Estados de que se torna cidadão, partidos de que se torna eleitor, empresas de que se torna cliente, todo o tipo de objectos mentais e materiais de que se torna consumidor, servo e dependente. Tudo o que te ajuda a não ser quem és, tudo o que te rebaixa ao que te não vale, tudo o que te incapacita. Incluindo o desespero e a revolta contra tudo isso, que ainda são outra forma de te manteres ocupado com as ficções que o ego cria e delas escravo. Até que despertes e descubras que és a Força. E que a Força é tudo e está em tudo. E que a Força nada força. Pois é apenas Liberdade e Ser-Saber-Amor.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Regressar ao Silêncio, Regressar a Si (Retiro de Silêncio na Passagem de Ano) 31 de Janeiro - 3 de Janeiro


Casa de Santo Inácio (perto da Praia Grande)

31 de Dezembro - 3 de Janeiro de 2015

Programa:

Dia 31 – 5ª feira

18:00 – 20.00 - Chegada e acomodação.

20:00 – Jantar

21:30 – Apresentação do objectivo do Retiro: reconhecer como a mente condiciona a nossa vida, abandonar o turbilhão dos pensamentos, palavras, imagens, juízos e emoções e regressar ao Fundo silencioso, pacífico, luminoso e amoroso da Vida.

Passagem de Ano alternativa: exame de consciência e reconhecimento dos nossos padrões mentais e emocionais dominantes; cultivar a intenção de nos libertarmos deles; tomar refúgio no sentido interior do Buda, do Dharma e da Sangha e votos de Bodhisattva: cultivar a aspiração e tomar a decisão de viver cada vez mais na paz e na liberdade, na compreensão da interdependência e no amor/compaixão pela Terra e por todas as formas de vida.

Dia 1 – Sexta-feira

07.30 – 09.00 – Introdução à experiência e métodos meditativos: a Vida Aqui-Agora. RAIN: reconhecer, aceitar, investigar e não se identificar com o turbilhão mental-emocional.

09.00 – 10.00 – Pequeno-almoço

10.00 – 11.30 - Meditação sentada e em andamento (no interior e na natureza, se o tempo permitir). Movimentos em atenção plena.

11:30 – 12:00 – Pausa

12:00 – 13:00 - Palestra: Introdução aos nossos padrões energéticos: reconhecer as 5 famílias de Buda na nossa vida, bem como as suas manifestações saudáveis e disfuncionais.

13.30 – 14.30 – Almoço

15:00 – Relaxamento profundo

16:00 – Meditação sentada e em andamento (no interior e na natureza, se o tempo permitir).

17:00 – 17:30 – Pausa

17:30 – 19:00 - Como lidar com as emoções nocivas, causadoras de sofrimento: possessividade e apego, orgulho e vaidade, inveja e ciúme, avareza e avidez, ódio e cólera, indiferença, preguiça e torpor. I – o método dos antídotos: amor, compaixão, alegria e equanimidade / inclusividade (palestra e exercícios meditativos).

19.30 – 20.30 – Jantar

21.00 – 22:30 – Introdução à prática de Avalokiteshvara e do mantra das seis sílabas. Como adormecer na luz da consciência desperta e amorosa.Perguntas e respostas e partilha de experiências.

Dia 2 – Sábado

07.30 – 09.00 – Meditação sentada e em movimento: a Vida Aqui-Agora. RAIN: reconhecer, aceitar, investigar e não se identificar com o turbilhão mental-emocional.

09.00 – 10.00 – Pequeno-almoço

10.00 – 11.30 - Meditação sentada e em andamento (no interior e na natureza, se o tempo permitir). Introdução aos métodos de Thich Nhat Hanh: ver-se como flor, montanha, água tranquila e espaço. Movimentos em atenção plena.

11:30 – 12:00 – Pausa

12:00 – 13:00 - Palestra: A via do silêncio e a ética da palavra.

13.30 – 14.30 – Almoço

15:00 – Relaxamento profundo

16:00 – Meditação sentada e em andamento (no interior e na natureza, se o tempo permitir).

17:00 – 17:30 – Pausa

17:30 – 19:00 - Como lidar com as emoções nocivas, causadoras de sofrimento: desejo possessivo e apego, orgulho e vaidade, inveja e ciúme, avareza e avidez, ódio e cólera, indiferença, preguiça e torpor. II – o método da auto-libertação das emoções pela simples consciência delas (palestra e exercícios meditativos).

19.30 – 20.30 – Jantar

21.00 – 22:30 – Prática de Avalokiteshvara e do mantra das seis sílabas. Como adormecer na luz da consciência desperta e amorosa.Perguntas e respostas e partilha de experiências.

Dia 3 – Domingo

07.30 – 09.00 – Meditação sentada e em movimento: a Vida Aqui-Agora. RAIN: reconhecer, aceitar, investigar e não se identificar com o turbilhão mental-emocional.

09.00 – 10.00 – Pequeno-almoço

10.00 – 11.30 - Meditação sentada e em andamento (no interior e na natureza, se o tempo permitir). Movimentos em atenção plena.

11:30 – 12:00 – Pausa

12:00 – 13:00 – A meditação do amor e da compaixão incondicionais e universais: metta-bhavana.

13:30 – 14.30 – Almoço

15:00 – Relaxamento profundo

16:00 – 17:00 – Amor ou Apego? Prática de Avalokiteshvara e do mantra das seis sílabas. Como integrar a prática em todas as situações da vida quotidiana.

17:00 – 18:00 – Partilha final de experiências. Dedicatória dos méritos do retiro para o bem da Terra e de todos os seres. Meditação do Abraço.

O retiro será facilitado por Paulo Borges e Daniela Velho.

Paulo Borges tenta praticar a via do Buda desde 1983, segundo a tradição Nyingma do budismo tibetano, e desde 2012 integra o budismo comprometido e os ensinamentos laicos de Thich Nhat Hanh. Tem facilitado desde 1999 centenas de workshops, cursos e retiros de introdução teórica e prática ao budismo, à meditação e à espiritualidade inter-religiosa. Professor de Filosofia da Religião e Pensamento Oriental na Universidade de Lisboa. Cofundador e ex-presidente da União Budista Portuguesa (2002-2014). Cofundador e presidente do Círculo do Entre-Ser. Tradutor de textos budistas, como Estágios da Meditação, de Sua Santidade o Dalai Lama (2001), o Livro Tibetano dos Mortos (2006) (com Rui Lopo), A Via do Bodhisattva, de Shantideva (2007), O Caminho da Grande Perfeição, de Patrul Rinpoche (2007) e O que não faz de ti um budista, de Dzongsar Jamyang Khyentse (2009). Entre outras obras é autor de O Budismo e a Natureza da Mente (com Matthieu Ricard e Carlos João Correia, 2005), de Descobrir Buda. Estudos e ensaios sobre a via do Despertar (2010), de Quem é o meu Próximo? Ensaios e textos de intervenção por uma consciência e uma ética globais e um novo paradigma cultural e civilizacional (2014) e de O Coração da Vida. Visão, meditação, transformação integral (2015).

Daniela Velho procura seguir a via do Buda segundo a tradição budista tibetana Nyingma desde 2010. Acompanha e procura aplicar os ensinamentos laicos de Thich Nhat Hanh desde 2012. Co-fundadora e vice-presidente da associação ética e filosófica Círculo do Entre-Ser. Investiga na área das práticas contemplativas e é instrutora e praticante de meditação. Jurista de profissão.

Contribuição: Estadia e refeições (quarto duplo, com casa de banho): 100 euros; Orientação: 50 euros no mínimo ou o que considerar justo consoante a sua disponibilidade financeira.

10% dos lucros será oferecido a uma associação humanitária, de defesa dos animais ou do ambiente.

- O retiro decorre em total silêncio, incluindo as refeições e as actividades na natureza, com a única excepção das sessões de prática na sala comum.

- Convém trazer roupas largas, uma almofada, um tapete / manta e um bloco de notas.

- O evento é aberto a todos e não implica nenhum conhecimento teórico ou prático de meditação.

- As refeições serão vegetarianas.

- O retiro só se realizará com um mínimo de 10 participantes.

- O espaço dispõe de um magnífico espaço natural e está a poucos minutos da Praia Grande, estando previstas actividades ao ar livre se o tempo o permitir.

Localização: Casa de Exercícios de Santo Inácio - Estrada do Rodízio, 124.

Informações: info@circuloentreser.org

Para garantir a sua inscrição, solicitamos que transfira 100 euros para o NIB do Círculo do Entre-Ser até 28 de Dezembro: 0010 0000 4837 2440 0016 8

Organização: Círculo do Entre-Ser

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Inscrições:
- preenhendo o formulário: http://bit.ly/1lHDKu7, ou
- enviando email para inscricoes@circuloentreser.org
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quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Celebrar o Natal: Nascer Buda-Cristo, 19 de Dezembro, 10-14h


"Que me importa que Cristo haja nascido ontem em Belém, se não nascer hoje na minha alma?"
- Angelus Silesius

Celebraremos o Natal num espírito ecuménico, recordando o seu simbolismo universal e a convergência das tradições budista e cristã na experiência espiritual profunda e não-dogmática do Triplo Refúgio – Buda, Dharma e Sangha - e da Santíssima Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo. Dialogaremos com textos e mestres da tradição budista e cristã como Longchenpa e Mestre Eckhart, Thich Nhat Hanh e Angelus Silesius. A reflexão será complementada com práticas meditativas e mantras segundo a tradição budista e cristã (neste caso na linha dos ensinamentos de John Main, Lawrence Freeman e Jean-Yves Leloup). Descobriremos por experiência directa que o sentido mais profundo do Natal é o do nascimento em nós, Aqui-Agora, da consciência desperta e amorosa a que se chama Buda e Cristo.

Este evento corresponde ao pedido expresso por Sua Santidade o Dalai Lama, por ocasião da sua última visita a Portugal, em 2007, de que a comunidade budista portuguesa investisse no diálogo inter-religioso e inspira-se na visão ecuménica do XIV Dalai Lama, de Agostinho da Silva e de Thich Nhat Hanh.

O workshop decorre das 10 às 14h e será seguido por um almoço comunitário de Natal com partilha de comida vegana ou vegetariana. Pedimos que traga o seu contributo alimentar e uma pequena prenda-surpresa para trocarmos entre nós. Se desejar pode vir apenas ao almoço.

Contribuição para o workshop: 20 euros. O limite de inscrições é de 35.

O workshop tem lugar no espaço do Círculo do Entre-Ser, Coração do Mundo - Centro de Estudos e Práticas para o Despertar da Consciência, e será orientado por Paulo Borges. Professor de Filosofia da Religião e de Pensamento Oriental na Universidade de Lisboa. Cofundador e ex-presidente da União Budista Portuguesa (2002-2014). Ex-presidente (2005-2013) e membro da Direcção da Associação Agostinho da Silva. Cofundador e presidente do Círculo do Entre-Ser. Praticante desde 1983 e professor de meditação e budismo desde 1999, tendo orientado centenas de aulas, cursos, workshops e retiros em todo o país. Autor de 43 livros, entre os quais “Tempos de Ser Deus. A espiritualidade ecuménica de Agostinho da Silva” (2006), "O Budismo e a Natureza da Mente" (2006, com Carlos João Correia e Matthieu Ricard), "Descobrir Buda" (2010), “É a Hora! A mensagem da Mensagem de Fernando Pessoa” (2014), “Quem é o Meu Próximo?” (2014) e "O Coração da Vida (guia prático de meditação)" (2015)

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informações: info@circuloentreser.org
inscrições:
- preencha o seguinte formulário http://bit.ly/1LknJPa, ou
- envie um email para inscricoes@circuloentreser.org
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Coração do Mundo - Centro de Estudos e Práticas para o Despertar da Consciência, Av. Almirante Reis, 174 - 2ºD, Lisboa (metro Alameda)

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

"Quatro formas de olhar para o mundo", segundo Joanna Macy


Joanna Macy fala de “quatro formas de olhar para o mundo”, transversais a todas as culturas e tradições, que condicionam o nosso modo de vida, em termos exteriores e interiores: 1) o mundo como campo de batalha, entre o bem e o mal, a luz e as trevas, ou os capazes e os incapazes, onde nos inscrevemos de forma militante no primeiro dos lados a combater, intelectual, moral e/ou fisicamente, os que estão no outro, os “inimigos”, até à sua conversão ou destruição e vitória final dos “bons”, nós e os “nossos”; 2) o mundo como armadilha, um lugar mau, seja o próprio corpo, a sociedade ou a natureza, que há que dominar para dele nos libertarmos o mais rápido possível, procurando algo que o transcenda e onde finalmente estejamos bem e em paz; 3) o mundo como amante, um(a) companheiro(a) vital com o qual dançamos enamorados, numa sedução e encanto mútuos; 4) o mundo como nós próprios, o que pode surgir do aprofundamento da experiência anterior, sentindo-nos entrelaçados com todos os seres e coisas, numa perfeita harmonia entre a unidade e a multiplicidade.

De qual destas formas de ver e experimentar o mundo nos sentimos realmente mais próximos neste preciso momento? É interessante verificar isso e qual a consequência que está a ter na nossa vida. É interessante ver como isso condiciona também as nossas sociedades e a nossa civilização... Haverá outras formas a acrescentar a estas?

(Joanna Macy, World as Lover, World as Self, 2007).


domingo, 13 de dezembro de 2015

CURSO DE INTRODUÇÃO À MEDITAÇÃO NÍVEL I com Paulo Borges, 14, 18 e 21 de Dezembro


Dias 14, 18 e 21 de Dezembro de 2015, das 19.30 às 22h30

Local: Uniao Budista Portuguesa, Av. 5 de Outubro, 122 - 8º esq. - Lisboa

O curso é uma introdução à experiência da atenção plena e ao modo de a integrar em todas as situações da vida quotidiana. Trata-se de não separar a meditação e a vida, encontrando numa mente calma, clara e aberta uma via para uma existência mais plena, livre e solidária. A aprendizagem dos métodos tradicionais de meditação será complementada com os Catorze Treinos da Atenção Plena de Thich Nhat Hanh.

Orientação: Paulo Borges- Professor de Filosofia na Universidade de Lisboa. Cofundador, ex-presidente da União Budista Portuguesa (2002-2014). Cofundador e presidente do Círculo do Entre-Ser. Tradutor de textos budistas, como Estágios da Meditação, de Sua Santidade o Dalai Lama (Lisboa, Âncora Editora, 2001), o Livro Tibetano dos Mortos (Lisboa, Ésquilo, 2006) (com Rui Lopo), A Via do Bodhisattva, de Shantideva (Lisboa, Ésquilo, 2007), O Caminho da Grande Perfeição, de Patrul Rinpoche (Lisboa, Ésquilo, 2007) e O que não faz de ti um budista, de Dzongsar Jamyang Khyentse. É autor de vários livros, entre os quais O Budismo e a Natureza da Mente (com Matthieu Ricard e Carlos João Correia, 2005), Descobrir Buda. Estudos e ensaios sobre a via do Despertar (2010), Quem é o meu Próximo? Ensaios e textos de intervenção por uma consciência e uma ética globais e um novo paradigma cultural e civilizacional (2014) e O Coração da Vida. Visão, meditação, transformação integral (guia prático de meditação)(2015).

Contribuição: 45 euros. Uma real indisponibilidade financeira não é impeditiva.

Material necessário: Roupas largas, caneta e bloco notas.

Inscrições: enviar email para inscricoes@uniaobudista.pt

sábado, 12 de dezembro de 2015

Celebrar o Natal: Nascer Buda-Cristo, Galeria Santa Clara - Coimbra, 12 de Dezembro, 15-19h

"Que me importa que Cristo haja nascido ontem em Belém, se não nascer hoje na minha alma?"
- Angelus Silesius

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inscrições:
- envie um email para info@maitreya.pt
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Local: Galeria Santa Clara - Coimbra
Data: sábado, 12 de Dezembro, 15h-19h
ENTRADA LIVRE

Apesar deste evento estar anteriormente marcado para o passado dia 5 e de ter sido cancelado por diversas razões, e tendo em conta a natureza e importância desta data num espírito ecuménico e de diálogo inter-religioso, foi feito um esforço para que esta celebração possa na mesma ser feita num contexto ligeiramente diferente da anterior.

Assim celebraremos o Natal num espírito ecuménico, recordando o seu simbolismo universal e a convergência das tradições budista e cristã na experiência espiritual profunda e não-dogmática do Triplo Refúgio – Buda, Dharma e Sangha - e da Santíssima Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo. Dialogaremos com textos e mestres da tradição budista e cristã como Longchenpa e Mestre Eckhart, Thich Nhat Hanh e Angelus Silesius. A reflexão será complementada com práticas meditativas e mantras segundo a tradição budista e cristã (neste caso na linha dos ensinamentos de John Main, Lawrence Freeman e Jean-Yves Leloup). Descobriremos por experiência directa que o sentido mais profundo do Natal é o do nascimento em nós, Aqui-Agora, da consciência desperta e amorosa a que se chama Buda e Cristo.

Este evento corresponde ao pedido expresso por Sua Santidade o Dalai Lama, por ocasião da sua última visita a Portugal, em 2007, de que a comunidade budista portuguesa investisse no diálogo inter-religioso e inspira-se na visão ecuménica do XIV Dalai Lama, de Agostinho da Silva e de Thich Nhat Hanh.

Esta celebração será orientada por Paulo Borges. Professor de Filosofia da Religião e de Pensamento Oriental na Universidade de Lisboa. Cofundador e ex-presidente da União Budista Portuguesa (2002-2014). Ex-presidente (2005-2013) e membro da Direcção da Associação Agostinho da Silva. Cofundador e presidente do Círculo do Entre-Ser. Praticante desde 1983 e professor de meditação e budismo desde 1999, tendo orientado centenas de aulas, cursos, workshops e retiros em todo o país. Autor de 43 livros, entre os quais “Tempos de Ser Deus. A espiritualidade ecuménica de Agostinho da Silva” (2006), "O Budismo e a Natureza da Mente" (2006, com Carlos João Correia e Matthieu Ricard), "Descobrir Buda" (2010), “É a Hora! A mensagem da Mensagem de Fernando Pessoa” (2014), “Quem é o Meu Próximo?” (2014) e "O Coração da Vida (guia prático de meditação)" (2015)

Local: Galeria Santa Clara - Coimbra
Data: sábado, 12 de Dezembro, 15h-19h
ENTRADA LIVRE

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

"(...) o amor vem mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto"


"Ninguém nasceu a odiar outra pessoa por causa da cor da sua pele, ou das suas origens, ou da sua religião. As pessoas têm de aprender a odiar e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor vem mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto"

~ Nelson Mandela, Long Walk to Freedom.

Toda a violência que há no mundo resulta de as famílias, as escolas, as sociedades e, primeiro que tudo, cada um de nós, não investirmos plenamente no amor. Temos colocado sempre algo acima dele: o nosso egoísmo e o dos grupos - famílias, amigos, partidos, empresas, nações, religiões, etnias, espécie - com que nos identificamos. O que esperar então? E de que nos queixamos? Não se pode pretender a paz estando em guerra, sendo guerra. E guerra é toda esta afirmação de si como separado e mais importante do que o outro, seja o outro quem for: humano, animal ou a própria Terra. Nesta perspectiva, será algum de nós inocente? Poderá algum de nós acusar e julgar alguém sem que o dedo acusador e juiz se volte imediatamente para si mesmo? A ilusão da separação, o medo e o egoísmo são os mais temíveis e terríveis terroristas. E habitam bem no íntimo de cada um de nós. Só o Amor os pode vencer para sempre.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Prática semanal de Meditação / Mindfulness - 3as feiras - 19:00 - 20:00


3ªs feiras, 19:00-20:00, a partir de 1 de Dezembro

Convidamo-lo a juntar-se ao grupo de prática semanal de meditação sentada guiada, movimentos em atenção plena, meditação em andamento e abertura amorosa e compassiva do coração. A meditação é um caminho para o autoconhecimento e a realização profundos, bem como para o bem-estar e a saúde, um melhor desempenho escolar e profissional e uma vida mais harmoniosa, ética e solidária. É a grande revolução silenciosa do século XXI, cada vez mais praticada em instituições como escolas, empresas e hospitais e está no centro da investigação neurocientífica de vanguarda pelos imensos efeitos positivos no desenvolvimento cerebral. A meditação é também uma forma subtil de acção e intervenção social, pois vários estudos indicam que aumenta os níveis de empatia e que a violência baixa consideravelmente nas regiões onde é praticada colectiva e regularmente.

A abordagem, embora segundo os métodos da tradição budista Zen de Thich Nhat Hanh, é completamente laica e adequada a crentes de todas as religiões, ateus e agnósticos.

A prática é acessível a todos, mesmo sem experiência prévia. Tem lugar no espaço do Círculo do Entre-Ser, Coração do Mundo - Centro de Estudos e Práticas para o Despertar da Consciência, e é orientada por Paulo Borges. Professor de Filosofia na Universidade de Lisboa. Cofundador e ex-presidente da União Budista Portuguesa (2002-2014). Ex-presidente (2005-2013) e membro da Direcção da Associação Agostinho da Silva. Cofundador e presidente do Círculo do Entre-Ser. Praticante desde 1983 e professor de meditação e budismo desde 1999, tendo orientado centenas de aulas, cursos, workshops e retiros em todo o país, também em escolas, empresas e instituições como a Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e o Ministério da Defesa Nacional. Autor de 43 livros, entre os quais "O Budismo e a Natureza da Mente" (2006, com Carlos João Correia e Matthieu Ricard), "Descobrir Buda" (2010) e "O Coração da Vida (guia prático de meditação)" (2015).

Contribuição: 5 euros por sessão ou 15 euros mensais.

O pagamento é feito no local.

Limite: 35 lugares
Traga roupa larga e confortável e de preferência uma almofada.

Coração do Mundo - Centro de Estudos e Práticas para o Despertar da Consciência, Av. Almirante Reis, 174 - 2ºD, Lisboa (metro Alameda)

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Inscrições:
- preenhendo o formulário: http://bit.ly/1NlJzcX, ou
- enviando email para inscricoes@circuloentreser.org
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