“Sou feito da inteira evolução da Terra; sou um microcosmo do macrocosmo. Nada há no universo que não esteja em mim. O inteiro universo está encapsulado em mim, como uma árvore numa semente. Nada há ali fora no universo que não esteja aqui, em mim. Terra, ar, fogo, água, tempo, espaço, luz, história, evolução e consciência – tudo está em mim. No primeiro instante do Big Bang eu estava lá, por isso trago em mim a inteira evolução da Terra. Também trago em mim os biliões de anos de evolução por vir. Sou o passado e o futuro. A nossa identidade não pode ser definida tão estreitamente como ao afirmar que sou inglês, indiano, cristão, muçulmano, hindu, budista, médico ou advogado. Estas identidades rajásicas são secundárias, de conveniência. A nossa identidade verdadeira ou sáttvica é cósmica, universal. Quando me torno consciente desta identidade primordial, sáttvica, posso ver então o meu verdadeiro lugar no universo e cada uma das minhas acções torna-se uma acção sáttvica, uma acção espiritual”

- Satish Kumar, Spiritual Compass, The Three Qualities of Life, Foxhole, Green Books, 2007, p.77.

“Um ser humano é parte do todo por nós chamado “universo”, uma parte limitada no tempo e no espaço. Nós experimentamo-nos, aos nossos pensamentos e sentimentos, como algo separado do resto – uma espécie de ilusão de óptica da nossa consciência. Esta ilusão é uma espécie de prisão para nós, restringindo-nos aos nossos desejos pessoais e ao afecto por algumas pessoas que nos são mais próximas. A nossa tarefa deve ser a de nos libertarmos desta prisão ampliando o nosso círculo de compreensão e de compaixão de modo a que abranja todas as criaturas vivas e o todo da Natureza na sua beleza”

- Einstein

“Na verdade, não estou seguro de que existo. Sou todos os escritores que li, todas as pessoas que encontrei, todas as mulheres que amei, todas as cidades que visitei”

- Jorge Luis Borges

terça-feira, 25 de novembro de 2014

"Quem sofre de amor é porque não ama": uma perspectiva budista sobre o amor, os relacionamentos e a sexualidade (workshop)

"Quem sofre de amor é porque não ama": uma perspectiva budista sobre o amor, os relacionamentos e a sexualidade (workshop facilitado por Paulo Borges)

30 de Novembro, 15-19h

Av. 5 de Outubro, 122, 8º esq, Lisboa

Frequentemente confundimos amor com apego, ou seja, a aspiração a tornar alguém feliz com o desejo de que alguém nos torne felizes. Daqui resultam, como sabemos por experiência própria, todo o tipo de conflitos e um imenso sofrimento nos relacionamentos humanos, sejam românticos, familiares ou outros. O workshop visa levar-nos a uma reflexão meditativa sobre a orientação dos nossos afectos e oferece a perspectiva budista sobre a questão, com alternativas para fazermos das nossas relações afectivas e do relacionamento sexual uma via para a realização plena e o autoconhecimento libertador.

Contribuição: 20 euros.

Local: União Budista Portuguesa, Av. Cinco de Outubro, n.º 122, 8.º Esq., 1050-061 Lisboa.
Contactos para inscrições: 213 634 363, 213 630 850 (das 17h00 às 21h00);
Email: sede@uniaobudista.pt

*Os participantes devem trazer roupas largas e confortáveis.

Metro: Campo Pequeno
Autocarro: 21, 38, 44,49, 54, 56, 83, 727, 732, 738,745

Paulo Borges

Nasceu em 1959. Professor do Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Ex-presidente (de 2004 a 2014) e membro da Direcção da Associação Agostinho da Silva. Sócio-fundador, ex-presidente da União Budista Portuguesa (de 2002 a 2014) e actual membro da Direcção. Vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral da Sociedade de Ética Ambiental. Cofundador e presidente do Círculo do Entre-Ser.
Autor e organizador de 40 livros de ensaio filosófico, espiritualidade, poesia, ficção e teatro, entre os quais:
O Budismo e a Natureza da Mente (com Matthieu Ricard e Carlos João Correia), 2005; Descobrir Buda. Estudos e ensaios sobre a via do Despertar, 2010; "É a Hora!"A mensagem da Mensagem de Fernando Pessoa, 2013; Quem é o meu próximo? Ensaios e textos de intervenção por uma consciência e uma ética globais e um novo paradigma cultural e civilizacional, Mahatma, 2014; O Coração da Vida. Visão, meditação, transformação integral, Mahatma, 2015.
Tenta seguir a via do Buda segundo a tradição budista tibetana Nyingma desde 1983 e tem orientado desde 1999 centenas de workshops e cursos de introdução à meditação em todo o país.

1 comentário :

  1. Gostaria de ter participado no workshop sobre a perspectiva budista do Amor sobre o qual já tenho reflectido e escrito para mim mesma. Assim sendo, ouso partilhar um pequeno texto que escrevi há algum tempo e que resultou de leituras, vivências pessoais e aulas do professor a que assisti na Faculdade de Letras. Intitulei-o «Aurora».

    «Olha a aurora, sente a vida a pulsar, e voa para uma altitude onde possas avaliar o coração que lateja em tudo o que existe sobre a terra: erva, rocha, água, flor, animal, ser vivo...
    Aí, só aí, compreenderás o que é o Amor e verás que és só um reflexo, um pequeno reflexo de uma plenitude maior, que tudo habita através do Sopro (Prana) que nos une à vida».

    Bom Ano 2015!

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