sexta-feira, 7 de novembro de 2014

"Fazer acontecer", "produzir"?

Não se mudará o paradigma enquanto se pensar em termos de “fazer acontecer”, “produzir pensamento” ou outra coisa e se quiser organizar, regulamentar, avaliar e controlar tudo. Esse é o paradigma voluntarista, produtivista, economista, empresarial e tecnocrático da civilização industrial e do esclavagismo trabalhista que está a entrar em colapso, destruindo o planeta e a vida. Quem assim fala mostra que vive enfeitiçado pelos ritmos do formigueiro antropocêntrico, permanecendo à superfície das regiões profundas do ser onde tudo emerge em fluxo autorregulador, espontâneo e livre. Quem assim fala porventura faz coisas, mas não age. Quem assim fala porventura produz pensamentos, mas não pensa. Quem assim fala porventura produz textos, mas não escreve. Quem assim fala porventura “faz amor”, mas não ama. Quem assim fala, pertence ao passado, por mais que fale em futuro. Quem assim fala, mais valia estar calado.

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